Páginas


Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Na época da razão binária, quem vai ganhar: a tartaruga ou a lebre?

Hoje, uma reflexão rápida... Sem mergulhos intensos no âmago da questão abordada... Será que consigo??? (rsrs)... bem, tentar é possível...

Mas, qual é mesmo a questão a ser abordada?:

Abordarei uma das causas que me leva a fazer tantas reflexões e manter um blog de reflexões densas na contramão da praticidade objetiva do leitor atual...

Além de honrar o estatuto constitutivo da minha natureza – humana (pensante) – refletir é uma necessidade requerida nestes tempos.

Seria muito pouco, em qualquer época – mesmo nos dias atuais - corresponder à vocação do ser humano de pensar, refletir, ponderar, enfim, usar a razão crítica, se eu oferecesse a mim mesmo o exercício de tal capacidade de maneira reduzida, sem levantar questões mais profundas...

Por quê?

Entre tantas respostas possíveis e necessárias, uma realça: preciso escapar - e rápido - da estraçalhante velocidade das informações, notícias e conteúdos do pensamento atual, tão ligeiro quanto fugaz...

Tudo é super prático... muito mais que isto: é para lá rápido... o fest está muito pra além do food, não é mesmo?

O sistema da sobrevivência, que funda o homem no paradigma da velocidade, eclodiu com o modo de produção industrial. Mas, antes disto, no oeste americano fora inaugurada a era do gatilho mais rápido. Agora, em todo ocidente movido pela mecânica da concorrência voraz, continua valendo o saque mais rápido. Bang! Bang! Fazer o quê?! Para disparar não é necessária uma razão diferente do simples direito de sobrevivência, estimula a lei de mercado...

Com a mão roçando o coldre da subsistência, não há tempo para pensar... É sacar, apontar e disparar... três operações quase num único movimento... Engatilhar um pensamento é dar ao concorrente a possibilidade de disparar e abater... e aí?... rá, ré, ri, ró, rua...

Se o tempo é capital, quem é que pode se dar ao luxo de refletir? Especialmente refletir contra o sistema de resultados práticos?

O homem moderno construiu a tecnologia da velocidade. As redes sociais e multimídias, nesta era digital, fazem do sistema binário o canhão de campanha nas frentes coletivas. As habilidades individuais no uso destas tecnologias digitais, na competição pela busca do sucesso, são um colt 45 para os mais atrevidos, que atiram a curtas distâncias na busca por resultados e um winchester para os mais técnicos, que atiram a distâncias médias e longas na busca do mesmo objetivo.

A realidade é que se atira para todo lado. Quem para a pensar vira alvo da dinâmica hiper mutável.

Há, todavia, neste modelo antirreflexivo, um padrão inteligente de raciocínio. Honestamente, não se pode dizer o contrário. Não é que se trate de um raciocínio tacanho ou medíocre, devido ao fato de desenvolver-se de modo super veloz. Esta hiperatividade, ao invés, desenvolve e promove raciocínios brilhantes que são produzidos neste ambiente favorável para este modelo mental. É, de fato, surpreendente, a eficácia e eficiência lógica do raciocínio rápido e direto deste modus pensandi. O raciocínio se torna binário também: eficiente, preciso e rápido... rapidíssimo... põe veloz nisso...

Mas, se por um lado, todo este raciocínio rápido é o valor efetivo deste modelo, enquanto dinamizador de resultados eficazes e eficientes, por outro, é sua corruptela, visto que não há espaço nem tempo para a necessária ruminação reflexiva das idéias.

E este frenesi estrangula a sensatez. Faz-se e faz-se bem feito, sem dúvidas... mas, as questões fundamentais que dão melhor e maior sentido ao ser pensante ficam em aberto:

Convinha ter feito? Os resultados foram bons qualitativamente, para além do êxito quantitativo? Quais as conseqüências em médio prazo? E em longo prazo?... Em curto prazo nem há tempo de perguntar, pois que a superposição de eventos sequer possibilitam esgotar os prós e os contras do feito...

As conclusões tiradas correspondem à efetiva verdade dos fatos ou se ilude com o utilitarismo das aparências da verdade? As coisas são apresentadas como elas de fato são ou a realidade está se virtualizando de tal maneira a transformar o mundo num grande teatro de encenações?

Ora, se é assim que funciona o sistema vigente, que exige formato correspondente entre aqueles que pretendem fazer a diferença, que aventura insensata é essa de ousar refletir na contramão da história?

É a aventura da verdade, na qual não há desventura!

A verdade é e permanecerá sendo, ainda que se encontre embaçada pela lógica binária do sucesso rápido e do resultado quantitativo, baseado na qualidade das aparências, sem compromisso com as essências...

Afinal, tudo passa... Também esta matemática de resultados, cedo ou tarde, irá passar...

Digo mais, engolirá a si própria, ficando entalada com o multiplicado volume da falta de sentido e do vazio real existencial...

Sendo assim, só para não ser pedante na pretensão de antecipar o fim daquilo que parece estar só começando, me valho da praticidade lógica – só desta vez – para exprimir com rapidez de raciocínio e com pouca ponderação reflexiva esta conclusão direta e sem maiores questionamentos.

Em outras palavras: preenchi o espaço reflexivo de hoje, mas não motivei a reflexão com raízes mais arraigadas. Como sou da paz e na quero concorrer com ninguém, apesar de correr na direção da verdade, admito: esta postagem é só um estalinho... quem sabe um tiro de espoleta... no máximo um tiro de festim...

Na corrida pela verdade - e não pelo sucesso - então, vale recordar: é com tiros disparados de festim que partem, na disposição de vencerem os próprios limites, os grandes atletas.

No que diz respeito ao atletismo do raciocínio, continuarei arrastando a Cruz da Prudência, vagarosa que só...

Sem maiores problemas continuarei perdendo, na perspectiva do sucesso, cada etapa temporal da existência, mas, como a tartaruga, mais confiante na constância da perseverança que no atrevimento lépido e inconseqüente da lebre, não perderei de vista o prêmio da chegada: a vida eterna!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

Nenhum comentário:

Postar um comentário