Não
importa. Minha consciência, ainda que moribunda pela percepção do incrível
nível de alienação do interesse coletivo, haverá de expirar, em paz, os últimos
suspiros de lucidez numa época impiedosa com duas verdades: a verdade da razão (natural)
e a Verdade da Fé (sobrenatural).
A
sanidade mental e espiritual urra o brado de um quase desespero, na cruel
batalha em que a lucidez de maltratadas consciências individuais, torna-se
mártir da ignorância do inconsciente coletivo, como o denomina o psicologismo
barato a la Freud.
Consciente
da marcha rumo ao calvário palmilhado por letras que permanecerão pregadas
desde o alto do abandono de ideias há muito crucificadas, me atirarei - contra
o desprezo que me aguarda - como quem salta de um avião sem prevenir-se com um
paraquedas reservas.
Imprudência?
Amadorismo? Inconsequência? Risco calculado para experimentar uma dose extra de
adrenalina intelectual? Tentativa de suicídio literário camuflado? Desespero
emocional, racional e espiritual de quem está admitidamente ofuscado pela falsa
claridade do iluminismo cultural?
Permito-lhe,
querido leitor: seja você meu juiz... ou meu algoz!
Mas,
se faço de meu próprio texto um libelo contra mim mesmo a serviço do seu senso
crítico, não garantirei que será um libelo facilitador de compreensão ou
entendimento. Sua hermenêutica, neste caso, terá de conviver com amargura o
opróbrio pavoroso de minhas conjecturas mentais agonizando o suplício do mais
absurdo abandono. Qual? Não, não é o abandono de mim mesmo, mas, o abandono –
por parte de esmagadora maioria – da única coisa que ainda fazia sentido para
mim, por ser a última referência da Verdade numa história eivada de mentiras: o
abandono paulatino e progressivo, por parte da Igreja, do Patrimônio Moral e
Doutrinário que ela herdou de Cristo e dos Apóstolos... que ela herdou de
Cristo e dos Apóstolos... que ela herdou de Cristo e dos Apóstolos...
Neste
sentido, a Igreja, parece entregar-se deliberadamente à morte na participação da
Vida Divina. Concluir que ela, a Igreja, está deixando morrer o Cristo dos
Evangelhos nela, para permitir surgir em suas próprias entranhas o germe do
anticristo na forma de uma pavorosa apostasia, praticamente eu assino minha
sentença de “morte” sacerdotal, atrevendo-me a publicar esta indizível
realidade do agir temporal que faz sucumbir a Atemporal Ação de Graças de todos
aqueles que nos precederam na Fé...
E
tudo isto, na Solenidade de São Pedro (também de São Paulo), que recebeu de
Cristo a promessa de que as portas do Inferno não prevaleceriam contra a
Igreja... se bem que não prevaleceram contra Ele próprio, muito embora, Ele
tenha Se entregado livremente, permitindo-Se ser destruído na Cruz para descer
à mansão dos mortos, não é mesmo?!
E
se bem também, que Pedro, o Primeiro Papa, teve Paulo para confrontá-lo em suas
incoerências judaizantes, sob o auspicioso patrocínio da cumplicidade
silenciosa dos outros Apóstolos, diante da parresia do Apóstolo Abortivo, não é
mesmo?!
Que
Paulo, ainda hoje fora dos muros da antiga Roma e do atual Vaticano (São Paulo
Fora dos Muros), surja, para lembrar a Pedro que o Evangelho não é propriedade
da cultura humana, sob a ótica do monoteísmo judaico-cristão-islâmico, ou mesmo
pagã (no sentido de não monoteísta)... o Evangelho é propriedade de Cristo, que
irá reclamá-lo... pelo visto, em breve, muito tem breve...
Duro
golpe para a Verdadeira Fé o que se engendra neste pontual momento da
história...
Duro
golpe para meu 4º voto especial de “amor ao clero sem limites e sem julgamentos”
(São Francisco de Assis) ter de admitir minha completa falência interior diante
dos fatos, embora, eu tivesse já escrito sobre isto há mais de 10 anos, quando
publiquei o livro Paixão, Morte e Ressurreição da Igreja...
Duro
golpe para meu 6º ano de vida sacerdotal publicar, aqui, neste bolg de “provocações
do pensamento”, a mais aguda “provocação” contra minha própria consciência
religiosa, moribunda no patíbulo de um Sínodo que só irá acontecer em outubro
deste ano de 2014... o primeiro de três outros que farão gemer o Céu e sangrar
a Terra...
É...
farão gemer o Céu e sangrar a Terra...
Bem
que eu avisei para NÃO LER, porque tão crua verdade é dura de engolir, difícil
de digerir e impossível de não embrulhar a alma...
Pe.
Frei Flávio Henrique, pmPN