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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ainda bem que esta vida passa... que passe logo!

Hoje eu tive um sonho... não como o sonho do Roberto Carlos, que canta: “Hoje eu tive um sonho, o mais lindo sonho que eu já vi”...

Neste sonho eu tive um diálogo racional muitíssimo impactante com a massa de gente vítima da insensatez.

Neste sonho, pude resolver uma dúvida atroz sobre a razão que leva tantas pessoas a acreditarem que podem rejeitar os riscos de uma condenação eterna, iludindo-se com a auto salvação ou iluminação evolutiva.

O sonho não foi nenhuma espécie de aviso, revelação ou coisa que o valha. Como sou muito reflexivo, foi resultado de uma reflexão durante o estado de sono. Mesmo quando durmo, reflito...

Vou transcrevê-lo como se deu, ou seja, na forma de um debate de idéias.

Estava eu num ambiente sombrio, úmido, frio, de penumbra enfim. Havia algumas poucas pessoas neste lugar que parecia ser um galpão industrial abandonado, ou coisa que o valha, com paredes de pedra escura e úmida com laje... como se fosse uma gigantesca gruta...

As pessoas pareciam ser conhecidas, embora não me recorde exatamente quem eram elas. Havia uma grande tensão pairando no ar. Certa expectativa do fim ou de um juízo final. Mas ainda não havíamos morrido. É como se estivéssemos à espreita dessa iminência. Os nervos estavam acirrados e todos se voltavam com hostilidade asseverada contra mim.

Pus-me a enfrentá-los na perspectiva do debate, numa tentativa derradeira de abrir as consciências para a verdade. Perguntava-me, para poder interpelá-los: como, mesmo diante da evidência geral de que o fim está próximo, ninguém aceita admitir o óbvio? Que óbvio? Que basta reconhecer-se pecador para obter um juízo favorável no julgamento que se aproxima...

Aturdido com esta angústia interior, tentava demover um a um os poucos que se encontravam neste mesmo ambiente que eu. Mas, também no sonho, o resultado do meu esforço em favor das almas pétreas, não apenas era inócuo, como também os fazia cerrar fileiras contra mim num acirrado debate, com ânimos alterados.

Neste ambiente hostil eu sentia um estranho receio, por perceber o ódio vazar contra meu posicionamento em favor de uma Verdade Revelada que, por isto mesmo – por ser revelada – me parecia tão nítida, óbvia, inconfundível.

Como não podiam compreender? O que lhes tornava obtuso o pensamento? E porque exalavam tanto ódio quando eu, por preocupar-me com o destino último de suas almas, num fim temporal próximo - que todos percebiam notoriamente - os convidava a enfrentar com simplicidade suas consciências?

Por que lhes era tão difícil assim este confronto com aquilo que deveria ser bastante simples: a admissão de culpa própria, sem a desgraça da auto condenação?

Por que lhes parecia mais fácil acusar a Deus como único responsável pela desordem do mundo e pelo sofrimento humano, sem levar em conta, jamais, a livre escolha dos homens?

Por fim, pressionado externamente pela reatividade daquelas pessoas e, internamente, pelo questionamento lógico das evidências acima, decidi perguntar com clareza:

_ Qual é, enfim, a verdadeira razão íntima para que vocês: não aceitem a gratuidade de um Único Salvador? Acreditem que poderão salvar a si mesmos em sucessivas encarnações, quando não conseguem salvar-se sequer dos erros diuturnos? Esperem redenção mesmo para aqueles que conscientemente a rejeitam, bem como para os anjos caídos? Enfim, por que odeiam tanto a Deus como Ele é em Si mesmo e como Ele Se apresenta ou Se oculta, desejando cada qual que Ele fosse do modo como convém a cada um, esperando, ainda, que esse amontoado de vontades fajutas constituísse um Ser Divino?

A resposta foi unânime:

_ Nós não podemos aceitar que Deus Se diga Amor e seja capaz de usar toda sua Força e Poder Divino para punir na carne e no espírito suas criaturas indefesas, anjos ou homens... Não podemos tolerar a possibilidade permitida por Deus de que nós ou um de nossos irmãos – homens ou anjos – seja perpetuamente condenada num vale de fogo que se chama inferno...

E os ânimos acirrados passaram a vociferar desconjuros inomináveis e a blasfemar coisas inaudíveis, como forma de protestar contra o Criador e aqueles que humildemente submetiam seus limites temporais - inclusive de compreensão deste paradoxo - ao Soberano e Divino Criador.

Ainda uma última tentativa fiz de fazê-los compreender a falta de coerência naquilo que afirmavam ao usar o argumento maiêutico e perguntar:

_ Engraçado... se alguém lhes, rouba o que vocês exigem?: que o ladrão seja algemado e trancado numa jaula como bichos, alegando que ele é nocivo a sociedade ou premiam o ladrão com este “amor pelo irmão” que exigem de Deus?; se alguém lhes fere a honra ou a carne de maneira cruel, vocês sentem o quê: desejo de abraçá-lo por serem seus “irmãos” na condição de fragilidade ou desejo de parti-lo ao meio ou mesmo de matá-lo? Enfim, se alguém causa-lhes qualquer tipo de prejuízo físico, psíquico ou espiritual, a vocês, aos seus ou aos seus interesses, vocês não se indignam odiosamente exigindo que a justiça seja feita e que o culpado pague pelo seu ato inaceitável? Então... como podem ser incoerentes e dizerem não aceitar que Deus cumpra esta Justiça para com quem não quer, na sua liberdade, jamais mudar de atitude e que salve qualquer um que tenha se arrependido profunda e sinceramente? Não percebem a incoerência entre o que dizem odiar em Deus e amam em vocês mesmos?

Ufa... ainda bem que acordei... antes que todos eles se aplacassem com todo ódio contra a lógica da minha fala que, no final das contas, era em favor deles, e não contra eles... ainda bem que era só um sonho...

Acordei meio aliviado... mas, o alívio durou pouco... percebi que esta era, infelizmente, a realidade. E eu teria de enfrentá-la de olhos abertos e sem poder escapar das conseqüências.

Pior: se no sonho eu apenas disse, pelo bem alheio, o que se voltava contra mim, agora, acordado, sou exigido pela minha consciência a escrever e tornar público o que tem grande chance de ser usado contra mim...

É muito estranho: nem querem a Salvação como ela é oferecida nem aceitam a Justiça como ela é praticada... E pretendem que a estupidez de sua inversão lógica – causa da desordem humana – norteie o agir Divino. Parece até piada isto... mas é sério, tristemente sério!

Enquanto os cúmplices da vontade própria, que invertem tão insensatamente – por isto a Escritura Sagrada os chama insensatos – a lógica das coisas deformando a verdade, não querem nem ouvir falar em morte - que é só uma passagem -, as vítimas dessa insanidade coletiva vislumbram, com alívio, uma certeza: ainda bem que esta vida passa... e que passe logo!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

Um comentário:

  1. Achei bem interessante este teu “sonho” e isso me levou a pensar e procurei saber um pouco mais a respeito e encontrei esta resposta:
    Alguns "teólogos" não conseguem, em seu próprio raciocínio, reconciliar a onipotência de Deus (Salmo 91:1) com seu convite para todos os homens a se arrependerem (Atos 17:30). Se Deus é Todo-Poderoso, pensam eles, como é que o homem pode exercer o livre-arbítrio e participar ativamente de sua própria salvação? A solução para alguns, mais notavelmente João Calvino e seus seguidores, é rejeitar a idéia de livre-arbítrio e concluir que Deus, em seu capricho, decide salvar alguns e condenar a outros. Conforme tais doutrinas, a expiação pelo sangue de Cristo é limitada aos poucos predestinados por Deus à salvação e não ajuda aqueles que Deus deseja punir eternamente.
    Para ajudar-nos com tais dúvidas, Deus nos revelou vários fatos importantes:
    Ele não explica tudo que gostaríamos de saber, e sim tudo o que precisamos compreender para sermos salvos (Deuteronômio 29:29; 2 Pedro 1:3).
    As nossas dúvidas não negam a grandeza de Deus e não nos dão direito de questionar o caráter dele (Jó 38:1-2; 40:1-8; 42:1-6).
    Deus é verdadeiro, mesmo quando o homem não compreende a sua sabedoria e justiça (Romanos 3:4).
    Deus não deseja a condenação de ninguém (2 Pedro 3:9). Por querer a salvação de todos, ele os chama ao arrependimento.
    Desde o princípio, Deus se revelou aos homens. A própria criação serve como testemunha em todos os cantos do mundo (Salmo 19:1-4; Romanos 1:20).
    Ele promete àquele que o buscar, de coração bom e honesto, o encontro com seu Senhor (Mateus 7:7-8; Atos 17:27; Lucas 8:15).
    Além da responsabilidade de cada um em buscar a Deus, ele deu mais ajuda enviando seus servos para anunciar as boas novas (Mateus 28:18-20; 2 Timóteo 2:2). Sabemos um pouco da história de alguns pregadores de várias épocas, mas não conhecemos todos os meios empregados por Deus para ajudar os buscadores encontrarem pessoas capazes de lhes ensinar. Não sabemos quem pregou a quem, mas Deus o sabe.
    Deus, sendo perfeitamente justo, banirá de sua presença os que não lhe conhecem e os que não obedecem ao evangelho (2 Tessalonicenses 1:7-9).
    Devemos nos lembrar de que o pecado traz a morte espiritual, e que Deus oferece o dom da salvação (Romanos 6:23). O fato de nós - homens míopes - não vermos tudo o que Deus faz para salvar os outros não nega a graça e a bondade do Salvador.

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