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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Começando, atrasado, mas em tempo, 2012...

Caríssimos leitores do blog,

"Paz, Saúde e Honra!" (Lit. São João Crisóstomo)

Boa tarde! Como têm passado? Aliás, a pergunta é essa mesmo... ter passado ou estar passando, afinal, na vida, tudo, realmente tudo passa, não é mesmo? (Só não passa o Amor de Deus).

Nossos sentimentos, emoções, idéias, interpretações sobre o que quer que seja, enfim, passam.. e nós vamos passando pelo vale de lágrimas e o vale de lágrimas vai passando por nós... nada permanece como antes. Nosso corpo e nossa mente estão, também, rendidos a esta permanente passagem. Prova patente da força ininterrupta dessa permanente passagem são os sinais da debilidade, visto que, na medida que a juventude vai passando, com ela vão passando também muitas disposições que lhes eram próprias.

Somos reféns, por assim dizer, dessa sequência de passagens que nos transformam por dentro e por fora...

Ninguém permanece igual... em alguns períodos melhoramos em muitos aspectos e pioramos e tantos outros... em outros períodos, pioramos nos aspectos que tínhamos melhorado e acabamos por melhorar alguma coisa naqueles que costumávamos piorar... enfim, que rendição nos exige esta magnífica variação ou mutabilidade do nosso ser, não?...

Passamos de 2011 para 2012 e não sabemos se conseguiremos passar de 2012...

Que importa? Toda essa efemeridade é contingente mesmo... e tal condição de mutabilidade que nos faz escapar pelos dedos as melhores coisas que gostaríamos de fazer e que não conseguimos, é só um treinamento para que a nossa liberdade, sempre provada pelas nossas intermináveis aspirações e vontades sensíveis, encontre algum fio contínuo de mínima estabilidade a consolidar em nós uma permanente aceitação da Vontade de Deus, apesar da nossa completa indignidade e falta de merecimento.

Neste sentido, quanto mais entendemos nossa assoladora indignidade, na medida em que as antigas provas passam dando lugar às novas provas, mais difícil se torna continuar aceitando a Bondade de Deus que imutavelmente insiste em não considerar nossas falhas cootidianas como valor absoluto, tendo em vista que a única coisa Absoluta é o Amor de Deus por nós... e, então, precisamos fazer mais força de humildade para aceitar essa regra: Deus é Bom e nos ama, mesmo que nos sintamos cada vez piores... eu confesso que, às vezes, quase não consigo lidar com isso, visto que muitas vezes pioro muito, justamente naquilo que deveria melhorar... mas, tenho que aceitar... não sou Deus e não estabeleço regras... aceitando-as ou não, são elas que me estabelecem... sou só um conjunto de células mortais, inclinadas ao mal, que carregam - imprudentemente - no barro da existência, a jóia de uma alma imortal...

Nem digo que nado, mas que tento nadar - às vezes - contra a correnteza, para que o rio da vida não me leve a desaguar num oceano de mundanices... mas, a correnteza é forte e contínua... segue o fluxo normal da lei da gravidade, não faz esforço, tem a gravidade que puxa para baixo e faz todo o esforço em favor das águas que correm no leito do rio, desembocando-o no mar da história que em geral é sem ou contra Deus...

Quanto esforço que parece ser inútil, contra a gravidade que naturalmente leva as águas do rio, para tentar chegar mais próximo da fonte, a fim de beber água mais pura... e tudo isto sem dizer que são tempos de grandes enxurradas... no momento, há alguns meses, pareço estar apenas boiando, inerte, arrastado - ainda que contra vontade - pelas torrentes da realidade... perdendo, com isso, a conquista do pequeno trecho nadado com grande esforço na direção contrária do rio que segue curso sem trégua na direção do mar...

Exausto, queria poder deitar no convés da barca que com força motriz devia remar contra a correnteza da vida segundo o ímpeto das vontades próprias... onde pelo menos tivesse o resto da tripulação alternando comigo o remo para voltar à primeira fonte... mas, parecem que as velas, o leme e a proa da nau estejam apontando para o oceano do mundo... se pulo na água, vou afogar... se fico na barca, serei considerado amotinador e relegado ao cárcere, já que não sou oficial em comando (e sequer possuo competência para ser... sou só um marujo que quer remar na rota do Primeiro Amor, comandado por uma capitania que saiba respeitar as cartas náuticas)...

Seja como for, não possuo mais que tão somente a vontade de subir rio acima... mas, a vontade, sozinha, não me conduzirá à nascente... forças já não tenho para voltar à água e nadar com o entusiasmo e o vigor de um atleta da cruz... meus membros parecem atrofiados pela dor dos meus próprios pecados e pelas caimbras por eles causadas como suas consequências ...

Não sei a quantos quilômetros estou longe da nascente... tampouco quantos faltam para a barca ganhar a vastidão do mar turbulento da história... ou ainda quanto glub glub conseguirei fazer antes de afogar de vez, passando desta para, quem sabe, uma vida melhor...

Tenho a impressão de que, no momento, o melhor a fazer é agarrar-me um pouco à margem - ficando à margem das coisas - para descansar, recobrar os sentidos de um quase afogamento, esperar o tempo passar, enquanto observo da margem - e à margem – para ver o que vai acontecer...

Talvez eu anime a subir mais uma vez – já que não será a primeira e improvável que seja a última, caso continue sobrevivendo - uma escarpa rochosa para tomar pé das coisas, arrastando comigo para uma gruta, o Santo Sacerdócio de Cristo... quem sabe consiga ver a distância que estou da nascente e observar o curso "feliz" de uma "nova evangelização" que desce as corredeiras com o mesmo frenesi de quem pratica a radicalidade dos esportes modernos, colocando em risco a própria vida por um bocado de adrenalina... na direção do mar da história secular que é, em alguma medida, pagã, noutra, no fundo no fundo (de onde as falhas geológica fazem emergir as tsunamis), anticristã...

Bem... preferia não estar escrevendo de modo aparentemente tão poético o drama da realidade... mas, é deste modo que começo 2012... e é deste modo que reapareço para dar alguma notícia...

Deus os abençoe!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN