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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Você está triste, desanimado, sem consolo e com angústia?

Então assegure-se: você não está só!

_ Mas padre!... eu abri esta postagem porque me sinto assim por várias razões que o senhor desconhece - e que são incompreendidas por todos aqueles que conhecem - na esperança de encontrar um alento, uma “tábua da salvação” para agarrar-me nela, e a primeira coisa que o senhor diz, padre, é que é isso mesmo?! E pior... que não estou só?! Assim não dá... mais do que querer, eu preciso - e urgente - de uma palavra de ânimo... não vou prosseguir essa leitura não...

Espere... espere! Não terminei. Tenha calma, você que se sente assim.

Sei que está impaciente e pedir-lhe calma é um peso adicional que não é capaz de suportar... mesmo assim, considere o que tenho a dizer. Você não vai pagar nada por isto. E de resto, os minutinhos que você consumir lendo-me, poderão se tornar uma distração sadia para tirar-lhe o foco do que lhe perturba a alma, não é mesmo?!...

_ Bem... não prometo que lerei tudo. Também irei interferir quando não gostar do que disser...

Combinado caro leitor. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas. Quem sabe você não vai abri-la hoje e encontrar nela o que você supõe ter perdido?!

Mas vou começar lançando-lhe uma pergunta: porque você acha que Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador, o Filho de Deus, enfim, o Rei dos reis, nasceu numa manjedoura, fugiu para exilar-se no Egito (logo nas primeiras semanas de vida, sem ter feito nada ainda, pois que nem falava como homem e já era perseguido), trabalhou duro na lida como lavrador e carpinteiro, enfim, aceitou o sofrimento tendo poder para acabar com o sofrimento (vide os inúmeros milagres realizados para acabar com o sofrimento de muitos) e, por fim, permitiu-Se padecer as mais terríveis auguras na carne (sendo capaz de transfigurar-se, de andar sobre as águas, consertar aleijões, etc)?

_ Ah, não!... eu não disse... já vem o senhor com essa estória de Cruz e sofrimento para o meu lado... não quero saber disso... só sabe falar nisso... é exatamente por causa de tanta coisa dando errado e tanto sofrimento que estou assim, do jeitinho que o senhor perguntou no título desta postagem, ora... vou sair...

Espere! Espere!

Você pode sair, claro. Especialmente se não se sente bem lendo o que tenho para lhe dizer. Mas, ao menos, me responda esta pergunta.

_ Ah... sei lá... deve ser por causa da ruindade dos homens. Como o senhor disse, uma vez que Ele nem tinha feito nada ainda ou dito qualquer coisa, mesmo assim teve que fugir para um país estranho, atravessando o deserto ainda bebê, por causa dos ciúmes do rei da Judéia, como é mesmo o nome dele?!... Herodes, aquele covarde que matou um monte de criancinhas, não é isso?!... que maldade, coitadinho! O Egito... não é lá onde está essa confusão grande noticiada pelos jornais nos últimos dias?!...

É sim! Mas não mudemos de assunto... Vamos ao que nos interessa. Veja sua resposta: segundo você, Ele sofreu tudo o que sofreu por causa da maldade dos homens, não é isso?!

_ É claro que foi. Quanta gente ruim tem por aí padre. E na história então!... Poderíamos fazer uma lista sem fim de Hitler para muito pior. É maldade em todo canto, em toda época, em todas as culturas e línguas. Até mesmo dentro das religiões... e não vem tentar me convencer do contrário não... está tudo aí... só não vê quem não quer...

Não quero convencer você, caro leitor, ou quem quer que seja de nada. Já é uma luta convencer-me do contrário... mas isto não vem ao caso agora... deixemos isto para outras ocasiões...

Voltemos à questão. Perpassa-lhe a certeza de que a causa de tudo o que o Menino Jesus passou na Terra, desde Sua mais tenra e inocente infância, até Sua morte hedionda na Cruz, é pura e simplesmente em razão da maldade do homem, não é mesmo?!

_ E pode haver outra razão?! As pessoas são insensíveis, egoístas, invejosas... o senhor sabe melhor que eu, afinal, é padre e lida com a alma humana... e depois, veja aí como me sinto... pensa que estou lendo este texto à toa?! Todo mundo em alguma medida tem os sentimentos da pergunta que o senhor fez no título, afinal, todo mundo se decepciona e se cansa em algum momento... pois a vida parece ser um oceano sem fim de problemas... a menos que o senhor esteja fora de órbita e viva na ilusão de um paraíso que não existe na prática... vai ver que a vida de padre é assim, um mar de rosas...

Mar de rosas??? Então Santa Terezinha milagreira carregou as pétalas todas para distribuir em Graças pelo mundo a fora e deixou-nos só os espinhos... um oceano – não um simples mar – mas um oceano de espinhos... mas, deixemos também isto de lado. Não vem ao caso. Contudo, recomendo-lhe a leitura de Volontà di Dio paradiso mio... e o seu? (clique no link)

_ Tá vendo... se até padre tem problemas, imagina o resto?! Mas o senhor ia dizer algo sobre ser outro o motivo dos sofrimentos de Jesus e não propriamente a maldade dos homens... mas, aviso-o, agora que disse que os padres atravessam um oceano de espinhos – porque Santa Terezinha teria “roubado” as pétalas (apesar de que ouvi dizer que ela é madrinha dos padres e costuma ser muito generosa com eles) – é que minha opinião sobre a realidade humana é ainda mais severa... Seja como for, como o senhor disse naquela piada que contou... lá vem ela... (clique no link)

Constatar a realidade não significa que devemos nos revoltar contra ela. Todavia, antes de prosseguir, aproveito a ocasião para cobrar uma dívida de Santa Terezinha para com meu sacerdócio em favor dos sacerdotes, já que ela é madrinha deles e da Obra a que pertenço como monge... ela sabe do que se trata... se ao menos ela fizer uma barca com as pétalas que carregou?! Aí poderei navegar nos oceanos de espinhos sem fazer com que eles fiquem como o Nilo no tempo de Moisés... onde, no antigo Egito, as águas se transformaram em sangue...

Mas, já disse, se ficarmos desviando do assunto, não vamos chegar a lugar nenhum. E depois, para quem disse que não iria prosseguir a leitura, você querido leitor, está muito assuntado heim!... rsrs

_ Pois é padre... diga logo o que poderia ser a causa dos sofrimentos de Jesus, que não a maldade dos homens, pois a curiosidade está começando a intrigar...

Vamos lá. Você parece estar seguro de que a principal razão de todo sofrimento padecido por Cristo – desde quando nem havia dado motivo por ato ou palavra – é conseqüência da maldade do homem, certo?

_ É o que parece, ou não?! E não só na vida d’Ele como na minha e na vida de todo mundo que está triste, desanimado, sem consolo e deprimido... e até mesmo, pelo que o senhor diz, na vida dos padres, que deixam o mundo para viverem para Deus... estou sem palavras...

Pois é! Mas a sua resposta, embora fundamentada na verdade dos fatos, não é completa e não alcança a verdadeira raiz da pergunta. O que você responde está mais na perspectiva das conseqüências ou dos desdobramentos da questão que levaram o Filho de Deus a padecer tudo o que padeceu, mesmo conservando-se Inocente e fazendo apenas o Bem do início ao fim de Sua Verdadeira Páscoa (do hebraico Pessar = passagem) pela Terra...

Há uma razão apriori que levou-O a padecer tudo que padeceu desde quando era apenas um pequenino embrião humano, devido ao risco de ser apedrejado ainda no Ventre da Mãe Virgem – grávida do Espírito Santo – por força de uma pena prevista em lei (lei do povo de Deus, imagine!).

Você diz que a maldade dos homens é a causa primeira do sofrimento de Deus na Carne. Mas, eu pergunto: como Deus sabe tudo, pois é onisciente, e pode tudo, visto que é onipotente, não poderia salvar a humanidade em qualquer época – é também onipresente – sem passar pelo sofrimento?

Se poderia, por que não o fez?

Ora, Deus quis conhecer na própria Carne o nosso sofrimento. Quis se parecer com você e com todas as pessoas, visto que é condição sine qua non da humanidade o sofrimento. Diante dos limites que se nos são impostos pelas circunstâncias, pela liberdade, pelas escolhas, pela decisão, enfim, o homem, que possui na sua própria natureza elementos que o configuram – à imagem e semelhança – à Deus, vive esta aptidão de desenvolvimento dentro dos limites patentes da história... isso, de per si, já é fonte geradora de angústia... de sofrimento.

Para elevar você à Felicidade perfeita que só há n’Ele, Deus quis, antes, conhecer perfeitamente, na própria Carne, a infelicidade que você padece, que nós padecemos...

E a conheceu do modo mais pavoroso que se pode considerar... Não fez absolutamente nada, como Verdadeiro Homem, que justificasse a ira dos homens – de Seu tempo e de todos os tempos - contra Ele... Ele tomou sobre si as nossas transgressões, oriundas das nossas dores...

Preste bem atenção no que vou dizer: os motivos que o levam a se sentir triste, desanimado sem consolo e deprimido – mesmo que eu não os saiba especificamente – estão sempre associados à decepção, frustração, solidão, entre outros, mas, sobretudo, incompreensão. A angústia de nos sentirmos sós e incompreendidos nos faz mergulhar nestes sentimentos.

Então, é aí que se encontra o magnífico, estupendo, maravilhoso e insuperável Mistério da Cruz!

Tenho dito por muitas razões que a Cruz é muito mais que um Símbolo. Hoje, contudo, digo-o por esta razão de excelência. A Cruz é a demonstração máxima do encontro despojado de Deus com os homens. Deus colocou a Si mesmo um limite absoluto para transpô-lo em favor de nós, homens falidos na existência.

A Cruz é, portanto, um Portal atemporal através do qual Nosso Senhor Jesus Cristo atesta com a máxima perfeição, os limites que assumiu para Si na própria Carne renunciando com perfeição inconteste o Ser igual a Deus. E é por este Portal que Ele eleva o homem com a máxima perfeição à participação na Vida Divina, donde fez jorrar o Sangue e a Água que nos dão vida, vida em abundância e Vida Eterna...

Percebe, pois, o que Deus fez consigo próprio para compreendê-lo melhor, amigo leitor?!

Ninguém o ama como Ele. Ninguém é capaz de compreendê-lo como Ele. Você não está só, me entende?

Ei... leitor... está aí ainda?!

_ Estou pensando padre... mais que isto... estou refletindo... se tem algo mais a dizer, prossiga, ainda não estou totalmente convencido...

Sabe por que está tão hesitante?

_ Por que não estudei teologia?

Não, absolutamente. Mesmo quem estuda teologia, embora consiga às vezes exprimir teoricamente esta realidade – muito raramente, contudo, especialmente a partir das chamadas nova exegese e nova teologia, que tem um matiz protestante embutido veladamente nelas -, tem a mesma dificuldade de compreendê-la na própria história.

O que realiza esta compreensão íntima não é o conhecimento Bíblico. Fosse assim, os protestantes não protestavam, principalmente, contra a Cruz. E não odiariam tanto a dor e o sofrimento, por escapar-lhes a compreensão este Mistério da Fé.

O que permite que alguém compreenda isto é a Fé, quando verdadeira...

_ É... parece ter sentido isto...

Mas sabe o que, ainda que veja algum sentido neste raciocínio, o deixa hesitante?

_ Já não faço idéia... vai ver que eu não tenho fé, então...

Creio que tem, do contrário não estaria aqui até agora, lendo-me...

Mas penso que a razão para tanta hesitação é a compreensão que tem ou que procura dar à Fé que nós herdamos dos nossos antepassados, os cristãos desde os tempos apostólicos, que são todos católicos, visto que os cristãos protestantes surgiram na história e fundaram uma religião só após Lutero e a chamada Reforma Protestante, a partir do ano 1500 depois de Cristo...

_ Hummmm!....

É! Isso é de “coçar a cuca” mesmo...

Mas, completemos o raciocínio...

_ Por favor, padre!

Vou dar um exemplo de como nós temos grande dificuldade de compreender as reais intenções e Vontade Soberana de Deus, mesmo quando elas estão escritas textualmente nas Sagradas Escrituras.

A primeira coisa que tendemos a pensar – especialmente aqueles que têm índole mais forte para revoltar-se do que para resignar-se (cf. O reinocentrismo atual na esteira do “espírito revoltoso”... Parte I e Parte II) – é que quando as Escrituras apresentam uma Lei imposta por Deus, em geral se pensa que a função desta Lei é coibir nossa liberdade e nos ameaçar quando a transgredimos, certo?

_ E não é para isto que servem as leis?

Não como função primária. Às vezes como função secundária. A função primária de qualquer lei, antes de punir e antes de coibir (que são funções secundárias da lei) é proteger (sua função primária)...

_ Como assim? Explique melhor...

Vou primeiro dar um exemplo bem simples de uma lei que é vista com maior simpatia entre as pessoas, que é o caso das leis de trânsito.

Quando uma placa proíbe, por exemplo, velocidade acima de 80 km/hora, o que isso quer dizer?

_ Que se eu ultrapassar esse limite vou ser multado e perder pontos na carteira.

Está vendo como sua visão é reativa. E a visão reativa das coisas, é um degrau para a revolta, que por sua vez é degrau para a raiva, insatisfação, tristeza, desânimo, depressão e assim por diante...

O que de fato a lei está dizendo é: se você ultrapassar 80 km/h as leis da física, segundo as circunstâncias da estrada e do veículo, não lhe garantirão matematicamente a certeza de que você não colidirá. Pelo contrário, ao transgredir este mandamento do trânsito você poderá, a qualquer momento, acidentar-se ou causar um acidente. Lembremos que a lei fala de probabilidades e não de certezas... ora, na dúvida, ensina outro mandamento do transito, não ultrapasse...

Portanto, quem desobedece a autoridade constituída dessa norma de trânsito, baseada na lógica das probabilidades da matemática e da física, atrai sobre si a possibilidade da “condenação” (cf. Rm 13), isto é, está na iminência de se acidentar, de causar um acidente ou de ser punido pela transgressão...

Entendeu?

_ Acho que sim! Mas o que isso tem que ver com Deus e com as Escrituras?

Certo! O mesmo acontece com a Lei Divina. Vou pegar como exemplo, uma proibição bíblica extremamente transgredida pelas pessoas que dizem ter fé.

No antigo testamento há uma lei – confirmada pela Doutrina da Igreja - que proíbe evocar os mortos. Mas, sobretudo agora, depois da figura emblemática de Chico Xavier, os brasileiros, que tem na sua história elementos culturais indígenas e africanos, vêem com grande simpatia – e na maioria das vezes com devoção mesmo – a questão das psicografias, por exemplo.

Para complicar, se alguém apresenta o veto Divino, com argumento segundo o Antigo e o Novo Testamento e a Doutrina Católica, contra esta forma de culto, é logo taxado de fundamentalista, intransigente, medievalista, enfim, intolerante com a liberdade de culto, etc, etc, etc...

Ora, é óbvio que o mandamento Divino proíbe esta prática. Mas proíbe aos que crêem em Deus segundo as Sagradas Escrituras. De modo que, a qualquer um que queira crer como quiser em qualquer idéia que faça de deus, em discordância com a Fé Judaica (Antigo Testamento) e a Fé Cristã (Novo Testamento), não se aplica este mandamento.

O que não significa, é claro, que Deus aprove tais formas de culto, mas, como neste caso se contesta a desaprovação de Deus segundo as Escrituras Sagradas, então, o mandamento deve ser respeitado pelas religiões abrâmicas monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo), sobretudo por judeus e cristãos. Portanto, está crença é um dever de Fé para os que creem em um Único Deus criador e não uma imposição para aqueles que não tem a Escritura em conta de Livro da Revelação.

Sendo assim, a alegação de intolerância dirigida contra quem crê nas Sagradas Escrituras não é honesta e não procede. A proibição se aplica a judeus e cristãos, sobretudo. O resto creia como quiser, livremente, como pretende. Afinal, todos – os que crêem como ensinam as Escrituras e os que crêem diferente disso – irão responder pelas escolhas que fizerem. Este é o preço da liberdade.

Como escrevo para quem quiser ler, pois ninguém é obrigado a isso também, dirijo em especial alguns textos àqueles que se dizem cristãos, com o fito de provocar-lhes a verdadeira compreensão da Fé que dizem professar.

Sendo assim, vou explicar-lhe, caso queira refletir mais um pouco sobre o assunto, o real sentido por trás dessa proibição da evocação dos mortos, tudo bem?

_ É... acabei lendo até aqui... se não for demorar muito, termino o que comecei...

Não vou. Até porque escreverei mais detalhadamente sobre isto numa outra “provocação” reflexiva sobre o antagonismo inconciliável: reencarnação x Ressurreição!

Aqui, contudo, vou explicar o verdadeiro sentido dessa proibição da parte de Deus, apenas para concluir nosso bate-papo de hoje, ok?

_ Está certo!

Ora, sendo Deus Criador dos mundos (Natural e Sobrenatural), conhece bem as forças que neles atuam, não é mesmo?!

Pois bem, os homens, criados à Imagem e Semelhança de Deus (cf. A crucifixão de um amigo!), possuem também uma natureza com faculdades inerentes aos anjos (inteligência, vontade e liberdade), contudo, que se lhes é inferior.

É curioso que aqueles que não aceitam as condições estabelecidas pelo Deus Único, Criador de Todas as Coisas, revelada pela primeira vez na história aos Hebreus e conhecida em todo mundo pela plenitude desta Revelação em Cristo Jesus, ao mesmo tempo em que negam ou rejeitam Deus e Seus Mandamentos, idolatram o profeta maluco beleza e seu hino de louvor ao chefe dos Anjos Caídos, reconhecendo que não há nada neste mundo que [ele] não saiba demais... (Cf. “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...)

De fato esta é a premissa do cuidado de Deus ao proibir a evocação dos mortos.

Os Anjos Caídos – figuras sedutoras tão proeminentes em nossos dias, representadas até em belas musas de comerciais de perfume – além de possuírem por natureza mais poder que os homens, possuem, claro, um conhecimento do presente e do passado (com maior capacidade de projeção do futuro), muito maior que o dos homens.

Logo, já que não há nada no mundo que não saibam demais, é demasiadamente nítido que possam, com facilidade, enganar a frágil natureza humana tão carente da presença de seus entes queridos.

Sendo assim, o objetivo de Deus ao proibir a evocação e/ou comunicação com mortos não é de coibir a liberdade que deu ao homem e tampouco para - pura e simplesmente - provar sua obediência, como se fosse um fiscal truculento das realidades metafísicas.

O objetivo Divino da proibição é proteger o homem daquilo que é mais forte e maior que o homem e que pode ser usado contra ele, neste caso, a saber: o desenvolvimento de um culto ou uma crença numa mediação que tem por finalidade levar à perdição e não à salvação.

_ Como assim?

Se a Ressurreição é a promessa da Salvação, na qual, Cristo, o Filho Único de Deus Pai, e só Ele, salva o homem, na doutrina da reencarnação está embutida uma falsa promessa: a de que o homem salvar-se-á a si mesmo em sucessivas encarnações, nas quais evoluiria até atingir sua própria divinização...

Mas, como disse antes, vou explicar isto melhor na "provocação" que escreverei, a qual deverá intitular-se reencarnação x Ressurreição! Mas, só para indicar-lhe o mecanismo deste que é o Mistério da Iniqüidade, antecipo, aqui, o que vem junto com essas mensagens comunicadas por forças adversas.

As mensagens podem exprimir a verdade sobre os entes que partiram - uma vez que não há nada neste mundo que [os anjos caídos] não saibam demais mas quanto ao fato de que sejam efetivamente os entes falecidos aqueles que transmitem as mensagens, aí é outra coisa bem diferente...

O fato de haver verdade nos conteúdos transmitidos não prova que quem os transmite é quem diz ser, afinal, quem possui conhecimento do passado, do presente e maior capacidade de projeção do futuro que o homem?

Deus não pode mentir. Sendo assim, não pode ser Ele, que não revelaria coisas sobre o passado de um falecido fazendo-se passar pelo ente que partiu. Sem dizer que Ele próprio proíbe que se faça este tipo de comunicação. Não faria sentido transgredir o que Ele próprio não permite.

Levando em conta o que ensinam as Escrituras, se Deus proíbe a evocação dos mortos, então, pela lógica, não permite também a comunicação destes sem outorga por lei regulatória (Credo da Comunhão dos Santos, onde há invocação e não evocação), caso contrário seria vão proibir que os vivos na terra se comunicassem com os que partiram deste mundo.

Ora, se não pode ser Deus, nem o próprio ente falecido ou qualquer realidade obediente a Deus, como é que se explica tal fenômeno que transmite informações verdadeiras conhecidas somente pelas pessoas envolvidas e o ente que partiu?

A única alternativa que sobra (sem levar em conta alguma eventual paranormalidade sensitiva, que não tem nenhuma relação mediúnica), e considerando-se verdadeiro o que ensinam as Escrituras Sagradas, é a interferência desobediente dos anjos caídos... que desde o princípio seduzem o homem para o erro, afim de causar inimizade entre o homem e Deus.

_ Que isso padre?!... prestou atenção no que está dizendo?!

Contristado digo: infelizmente prestei! Francamente, gostaria de não ter prestado, pois, afinal, possivelmente não ganharei nenhum amigo com isso. Quiçá não perca o que sobra de amigos e veja aumentar a odiosa fileira de inimigos...

Mas lhe pergunto: que posso fazer? Negar o que me indica a consciência em estrita concordância com o que sempre ensinou a Igreja?!

São Domingos Sávio dizia: antes morrer do que pecar... e teve a felicidade de ter sido colhido de toda essa loucura ainda menino...

_ Nossa padre! Isso não é exagero não?! Se eu for pensar, a rigor, na contundência de tudo isso, eu acho que vou ficar ainda mais triste, desanimado, sem consolo e deprimido...

Olha meu filho(a), permita-me chamá-lo assim - afinal, por isso chamam-me padre – e dizer-lhe a responsabilidade que me pesa os ombros:

“Eu fiz de você defensor de seu povo, (...) se alguma alma se perder por sua causa, a sua será reclamada em seu lugar”. (Ez 3, 17-18)

_ Nossa, que horror... tenho que ir, padre...

Eu sei. Me desculpe, mas um médico não pode curar um grande câncer maligno sem antes cortar na carne e retirar o tumor, não é mesmo?!

_ Tenho que pensar tudo isto com mais calma... é muito impactante...

Lembre-se, você é livre. Meu dever não é convencê-lo de nada. Meu dever é o de não lhe esconder a Verdade da Fé que herdei e que não me pertence!

_ Até outra hora, então!

Até. E que depois dessa conversa muito exigente, faça descer Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e nosso, Sua Benção Benevolente para destruir toda mentira que advém desses engodos e suas conseqüências, a saber: a tristeza, o desânimo, a falta de consolo e a depressão, em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

_ Amém!

Assim seja!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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