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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quebrou-se um toco de lápis preto e branco...

Pensando nos conteúdos e, principalmente, na série de desdobramentos, sobretudo, das últimas “provocações” postadas neste blog, resolvi fazer um esforço para tentar virar a página e encerrar um longo e pesado capítulo da história... da recente história deste blog... e de minha não tão anciã história de vida...

Entre a primeira postagem Em queda livre na escurdão... e as duas que completaram o número de 60 neste blog - Fariseu ou publicano, quem sou? e Colorindo a vida com canetinha hidrocor emprestada... - temos um conjunto de “provocações” que podem compor um livro contundente a cerca do paradigma de uma época, que agoniza há cinco séculos um anticristianismo ou um pseudo cristianismo (como queiram).

E o motivo desta agonia advém de um “cristianismo” que usa a fé individual pretensiosa para protestar contra a Verdadeira Fé e a razão vaidosa da coletividade para protestar contra os dogmas imutáveis da verdade. Tal “cristianismo”, abrindo mão da razão filosófica (sola fide), acabou por promover uma religião e uma religiosidade irracional e, em certa medida, antirracional.

A consequência disto é óbvia, mas não para os incautos: a razão filosófica mergulhou num racionalismo secular com profunda aversão à Fé e à Religião, reduzindo as evidências metafísicas a um conjunto de fenômenos aleatórios e existenciais circunscritos à percepção histórica, ainda que se trate de uma percepção tendenciosa e limitante.

Este foi o contexto do paradigma de uma época, considerado em nossas reflexões nesta primeira fase do blog, desde a primeira até a sexagésima “provocação” aqui postada.

Naquele que seria o penúltimo capítulo de um primeiro “livro” que reúne “provocações” reflexivas, a postagem Fariseu ou publicano, quem sou?, penso, é aquela que melhor compila a dramática realidade do que acima acabamos de afirmar.

O que poderia ser o último capítulo, Colorindo a vida com canetinha hidrocor emprestada, é só o reconhecimento humilhado de quem acaba por se dar por vencido pela truculência arrogante e impiedosa da história, deixando pistas, talvez, para um novo “livro” que reúna o conjunto de nova série de “provocações”...

Assim, quem sabe esta nova “provocação”, postada hoje, possa ser o primeiro capítulo de um novo “livro”, bem como de uma nova perspectiva da história, menos “preta e branca” e mais “colorida”...

Se o conjunto dos textos anteriores – da primeira “provocação” até a sexagésima desta blog – mergulharam no abismo da modernidade entre a renascença e o pós-concílio Vaticano II - numa sequência livre e sem cronologia ou ordem de raciocínio sistemático segundo as regras capitalizadas da indústria acadêmica - talvez, estes novos textos, voarão para o vácuo inócuo do espaço sideral da pós modernidade, para entrar em choque com as consequências muito piores que dela advirão, lançando o homem na mais engodada percepção da verdade sobre a realidade, sobre de si mesmo e sobre Deus.

A modernidade “matou” Deus – tal qual Ele Se Revelara na história - no conjunto dos esforços dos conhecimentos acumulados por uma Fé que se tornou inimiga da Razão (sola fide, a partir de Lutero), o que acabou patrocinando uma Razão avessa à Fé (razão pura, especialmente a partir de Kant).

Levando-se em conta esta realidade instalada, não seria difícil ao profeta do niilismo, Nietzsche, fazer o prognóstico existencialista da “morte” de Deus.

Ora, o que poderia ser pior, na pós-modernidade, que o feito da modernidade de “matar” Deus?

Isto depois de negá-Lo através da ambição científica da manipulação genética, humilhá-Lo através do relativismo moral, flagelá-Lo com o tecnicismo devorador dos recursos naturais e crucificá-Lo no calvário da pretensão da auto salvação?

Auto salvação esta, proporcionada quer pela aceitação generalizada da doutrina da reencarnação “light”, como a do kardecismo cultural multiplicado pela idolatria à figuras expoentes como Chico Chavier (no caso do Brasil), quer pela fé hollywoodiana (que canoniza Lutero), exercida com histeria religiosa pelos que acreditam que vão atingir a ressurreição por força da fé de convicção e expectativa que possuem, e não pela Graça Salvífica do Sacrifício Cruento e Incruento de Cristo (que soma boa Fé com boas Obras)...

Pior que “matar” Deus, será retomar uma falsa metafísica – já que a verdadeira fora banida da história do conhecimento na base mediana da modernidade – fundamentando-a numa perspectiva monista com os postulados da física quântica. E, após isto, estabelecer as bases cognitivas de uma conspiração universal para adorar, como verdadeiro “Deus”, um todo uno que é, na verdade, a projeção anticrística numa elevação apoteótica do “mistério da iniquidade”, na mais fragorosa apostasia da Verdadeira Fé, que favorecerá a manifestação daquele que Paulo anunciara aos Tessalonissenses:

“o homem da iniquidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus.” (2 Tes 3b-4)

Devo dizer que nada mudou efetivamente, na visão interior que possuo a respeito da clareza da lógica dos fatos, sobre todos os assuntos que as primeiras postagens transmitiram - de modo diverso e propositalmente sem sequência inteligível, desde a primeira postagem até a sexagésima.

Igualmente, o vislumbre clarividente dos desdobramentos acima indicados, para o que se chama - ou se pretende - como pós-modernidade, não haverão de se alterar em meu íntimo, a menos que o prometido triunfo do Imaculado Coração da Virgem de Fátima faça valer a intervenção Divina, de modo eloquente e inconfundível...

Contudo, o sábio conselho ancião de uma Autoridade Eclesiástica muito querida e por quem tenho indizível apreço pessoal, fez-me quebrar o toco de lápis grafite, com o qual eu escrevia este cenário descritivo – não inventivo – do paradigma anticristão contemporâneo...

Não sei se vou conseguir, mas, prometi tentar, fazendo uso das canetinhas hidrocor emprestadas, e, assim, pintar um cenário menos agonizante da realidade.

Não que eu vá falsear a realidade com o colorido da permissividade arco-íris. Mas, a Graça das Virtudes Teologais que me assistem (Fé, Esperança e Caridade), hão de me ajudar a lançar o olhar para além das próximas décadas dessa pós-modernidade pós-cristã (e anticristã, sobretudo), que ora, só começa...

Espero conseguir novamente, como Agostinho – ressalvada a incomparável diferença entre aquele Santo de outrora e este pecador de agora – e descrever noutros textos e contextos, aquela mesma Cidade de Deus, vislumbrando o Verdadeiro Paraíso e a Verdadeira Parusia.

Futuro de esperanças este que será precedido pelos estertores desta era em que, a metafísica, irá novamente voltar à cena, só que, infelizmente, segundo os postulados quânticos do monismo, os quais levarão o homem pós moderno a adorar o anticristo, a besta e a si mesmo no lugar de Cristo e de Deus.

Mas, como me comprometi interiormente a seguir o bom conselho deste prelado amigo, tentarei (e que Deus me cale!) não discorrer sobre este tema, a menos que estimulado pela própria Igreja.

De resto, realizando um enorme esforço de fé para acompanhar o otimismo cristão desta caridosa figura da Hierarquia Eclesiástica de nossos dias, vou, o quanto puder, esticar o pescoço para ver a direção que me apontam aquelas mãos episcopais que me abençoam sem cessar - para agarrar essas minhas mãos sacerdotais que escrevem sem parar - numa saída oportuna para deixar aquele poço de porqueiras desta época, representado na piada que contei (cf. Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!).

E, assim, continuar escrevendo novas “provocações”, invertendo – ou ao menos tentarei - a proporção dos temas abordados: passando a escrever a maioria com os tons mais coloridos e otimistas da ressurreição (que, de qualquer forma inexiste sem a Cruz!) e, a minoria, com os tons pastéis e realistas da Cruz (a qual, de todo modo, só faz sentido na perspectiva da ressurreição).

Aliás, como eu disse antes, espero que isto até venha a acontecer um tanto naturalmente, visto que a palavra amiga e amorosa fez-me quebrar o toco de lápis grafite – que já estava mesmo gasto e velho – e, gentilmente, está me oferecendo, por empréstimo (e por enquanto) um modesto conjunto de canetinhas hidrocor, até que a Divina Providência oportunize-me possuir meu próprio joguinho de canetinhas hidrocor...

Seja como for, a vida segue...

Mesmo que eu a pinte colorida na tela de horrores da realidade, ela continuará preta e branca para um número sem fim de desafortunados.

Assim como continuará borrada, com os tons de arco-íris da libertinagem moral daqueles que vivem exclusivamente segundo o impulso da vontade própria, na vã tentativa de fazer do mundo um lugar sem fronteiras para o pecado...

Fazer o quê?!...

Rezar, talvez, é o que resta! Mesmo sem gosto, mesmo sem ânimo... mais com a vida e menos com as palavras!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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