O Juízo Final (Mt. 25, 31-46)
Amados filhos meus,
No Juízo Final, Jesus terá um olhar de Misericórdia mesmo para os tiranos e genocidas. Mas àqueles que conscientemente desprezaram a Verdade, Ele dirá apenas: "Não vos conheço."
Essa conduta assinala, precisamente, o pecado contra o Espírito Santo, o obstinado e consciente desprezo da Verdade; o único pecado que a Graça não pode perdoar, nem neste mundo nem no outro.
Essa conduta assinala a falta de "Respeito" contra o Espírito Santo.
"Respeito" vem de re-spicere, que sugere a idéia de olhar o mesmo objeto duas vezes e reconhecê-lo. Aquele a quem nem o Próprio Deus reconhece não pode, por definição, ser objeto de respeito.
O Juízo Final refere-se ao final da história do homem sobre a terra. Ao mesmo tempo, meditando o Evangelho de Mateus, devemos afirmar que tal juízo realiza-se constantemente. Continua sempre e em todos os dias da nossa vida. Afinal, todos os dias a divisão nesta “direita” ou “esquerda” acontece para nós em cada escolha e decisão que devemos tomar na vida.
Por isso, a Verdade sobre o Juízo é sempre dos nossos dias, sempre atual. Não pode ser transferida para um futuro desconhecido. É preciso vê-la “aqui e agora”. Esta Verdade se refere a cada um de nós! Ao mesmo tempo, ela é condição essencial da nossa Salvação, conseqüentemente da nossa Felicidade, aqui e muito além daqui.
“Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer?”. Nesta imagem do Juízo, que Cristo faz do fim do mundo, fica evidente a Vontade de Deus. Porque nela se exprime a Eterna Vontade de Salvação do homem. “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu Seu Filho Único, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3, 16).
Mas, como o homem, pode salvar-se para ser Feliz Eternamente?
Na parábola do Juízo Final, Cristo dá a resposta: O preço da Eterna Salvação, a ser pago por cada homem, é um só, o preço do Amor e do Perdão, o respeito por essa Verdade Inviolável. Quem despreza a Verdade, o Caminho e a Vida Plena, do Poder do Amor e do Perdão, não é digno de respeito.
“Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer?”, perguntam aqueles que, durante o juízo, estarão do lado direito. O Filho do homem responde: “Na verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes, Meus Irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” (Mt 25, 40).
Amados meus, o Senhor vem continuamente na nossa vida. Portanto, é oportuno como nunca o apelo de Jesus, que nos é proposto com vigor:
"Vigiai!" (Mc 13, 33.35.37).
Vigiai, amados meus, qual é o lado que estamos escolhendo estar nesta vida e muito além dela?
Vigiai, amados meus, porque cada um, na hora que Deus conhece, será chamado a prestar contas da sua própria existência.
Vigiai, amados meus, qual é o valor justo que estamos dando ao nosso desapego pelos bens terrenos.
Vigiai, amados meus, o nosso arrependimento sincero pelos nossos próprios erros.
Vigiai, amados meus, a caridade verdadeira em relação ao nosso próximo.
Vigiai, sobretudo, meus amados, a nossa entrega humilde e confiante nas mãos de Deus, o nosso respeito a Verdade do Nosso Pai Terno e Misericordioso.
Amém! Aleluia!
†Dom Farès Maakaroun
Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita no Brasil
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