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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma Noite...

Certa noite,

noite como tantas outras...

... em meio à falta de luz,

no escuro,

vi com clareza a minha escuridão.

Esta visão foi tão nítida...

... tão clara...

... que...

até mesmo aquilo que parecia claro no meu pensamento...

escuro ficou.

O que escuro já era no interior do meu ser,

transformou-se num lampejo de sombra opaca.

Reflexo fosco e embaçado de um entendimento obscuro.

Somente dúvidas.

Intensas dúvidas.

Num esforço desumano,

para tentar enxergar algum fato com clareza...

...o piscar intermitente de algumas certezas,

exclusivamente de fé pois,

a razão de todos,

consumiu a energia dos meus direitos.

Imputaram-me somente deveres.

Leis.

Todas a punir-me com violência pelo aparente reflexo do meu existir.

As trevas do juízo humano...

Sim, o juízo alheio...

escondeu na escuridão as retas intenções do meu...

... do meu coração.

Mais que esconder...

Sepultou...

numa cova negra e funda as rarefeitas disposições de vencer minhas falhas estruturais...

Coração que se tornou enegrecido por um sangue pisado...

... pisado pelo ciúme, despeito, inveja...

Enfim, pela hipocrisia dentro e fora de mim...

Eu sei.

Culpa da minha franca abertura ao desconhecido...

... ao Misterium.

Também de minha parte,

o meu juízo alheio a mim sobre mim mesmo...

O implacável juízo de minha própria vaidade...

“Vaidade. Tudo é vaidade”.

“Vaidade das vaidades”.

Dúvidas?

Certezas?

Trevas?

Luz?

Quem sobrepuja quem?

São as trevas que embaçam e sombreiam a luz da fé com a “certeza” da vontade própria? ...

... ou ...

... é a Luz da fé que rasga o véu racional das trevas do duvidoso conhecimento humano a respeito do que seja realmente bom ou mal?

Em verdade, em verdade...

... a “certeza” aparente do juízo alheio,

não tem dúvidas em sentenciar os que tentam justificar-se pela fé.

Prega-os na cruz da existência,

oferecendo-lhes o vinagre da amargura cítrica do desdém, do escárnio, da indiferença...

para calar o silêncio que perdoa sem limites...

Entre umas e outras...

que opção consciente fazer?

Se...

... na mais aguda asfixia causada pelas trevas interiores...

a própria Verdade parece exprimir a experiência da dúvida...

e grita:

La ma zabactani? (Por que me abandonaste?)

Que dúvida fenomenal!!!

De fato,

é o paradoxo do maior de todos os fenômenos...

... a Absoluta Razão escolhe não responder à dor atroz do abandono sem antes recorrer ao mais perfeito ato Fé:

... “em tuas mãos entrego o meu espírito”...

Em comunhão de fé com todos,

que igualmente foram esvaziados de si pela tenacidade do abandono de Deus e dos homens...

... eu...

... sem o auxílio da clareza racional estabelecida pelos meus semelhantes...

...renuncio,

na escuridão da razão e da fé que aplacam o meu ser,

a todos os convites hipócritas que desejam retirar-me das noites escuras da incompreensão alheia.

Prefiro - tentando seguir o Pobrezinho de Assis - fazer da morte, invés de inimiga, ao menos prima, já que, como ele o fizera, não consigo ainda acolhe-la como irmã...

Como resposta a estes sedutores de vanglória terrena,

uma dura constatação...

... amam somente a si mesmos.

Com lábios sedutores,

aliciam as almas puras para uma “comunhão”,

onde a regra é a defesa dos interesses próprios,

embora,

no discurso,

juram,

falsamente,

priorizar o interesse alheio.

Pois sim...

...prefiro vagar no abandono e no desprezo.

Mesmo sem saber explicar,

como eles tentam fazer,

eu,

simplesmente creio que...

... quando finalmente,

estas sombras tenebrosas se aplacarem definitivamente sobre o lânguido brilho solitário da fé...

que conservou-se num ponto de luz no fundo de minh’alma...

romperei as cadeias que cercam o embate dialético entre o bem e o mal para...

experimentar...

em plenitude...

o que sobrevém deste estado temporário de morte...

... a Vida!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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