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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

... O animal ANTIRRACIONAL (Parte II - continuação)

continuação...

Que novo grupo de animais é este que desponta no horizonte da era pós-moderna?

Ora, os animais racionais (dotados do uso sadio da razão) são assim chamados, como dissemos, em função do uso elaborado e complexo das idéias, registros e informações, que denominamos pensamento reflexivo.

Os animais irracionais (sem o uso da razão no sentido reflexivo do termo) são assim considerados pela forma simples e não especulativa das noções, registros e informações que possuem sobre a realidade que os cercam, coisa que chamamos de pensamento instintivo.

Como, então, devem ser chamados aqueles animais que, fazendo uso da razão, agem acintosamente contra toda ordem estabelecida na natureza?

Lembramos, antes, que a genética nos atesta que o elemento constitutivo da natureza está pré-definido no gene muito antes do desenvolvimento das aptidões como qualidades secundárias (sentido, vontade, consciência, reflexão/instinto, escolha, etc).

Antes de responder esta pergunta vamos avaliar (= usar a razão) o que segue...

É comum se dizer que o homem, dotado de razão, quando age insensatamente (ou contrariando o uso sadio da razão) está agindo irracionalmente.

Isto está correto?

Depende...

Se ao agir contrariando o uso sensato da razão (sem juízo crítico, sem re-fletir), ele o fizer como se fosse um animal irracional, isto é, reagindo impulsivamente por um pensamento instintivo - desde que não distorça ou extrapole o estatuto ontológico - então, neste caso, ele estaria agindo como um animal irracional, apesar de ser um animal racional (dotado de capacidade reflexiva, que lhe permite senso crítico e escolha medida, calculada, avaliada...).

De fato, ao longo da história, não poucas vezes o animal racional (único capaz de construir história analítica) demonstrou-se capaz de agir como as piores feras existentes entre as espécies de animais irracionais...

Que isto seja recorrente na história humana, é lamentavelmente um fato...

Não faltam violências entre indivíduos e coletividades - de guerras bélicas a guerras morais (as campanhas recentes entre os que julgamos aptos para nos governar não nos deixam mentir, não é mesmo?!) - enfim, é evidente a recorrência instintiva do homem ao animal irracional interior (???). Isto é um fato histórico desde a mais remota antiguidade até as mais promissoras previsões futuristas.

Isto nos permite algumas constatações:

- o animal irracional não consegue desenvolver-se a ponto de se tornar um animal racional;

- O animal racional – não obstante sempre se desenvolvendo - mostra-se capaz de involuir, fazendo escolhas à moda irracional, ou seja - sem melhor e maior juízo crítico - precipitando-se em decisões puramente instintivas, na defesa de seus interesses particulares. Resumindo: o animal racional pode sim, ao contrário da afirmação anterior, involuir-se a ponto de agir como um animal irracional;

- Tanto animais racionais quanto animais irracionais podem agir contrariando a natureza própria, neste caso, este agir antinatural, lhes conferirá a participação conjunta no grupo dos animais antirracionais;

Elaborando melhor o último tópico acima, verificamos que o animal racional, tão capaz que é de re-significar suas escolhas, pode ultrapassar este limite entre as escolhas amadurecidas por pensamentos reflexivos e as escolhas impulsivas do pensamento instintivo.

Logo:

- se o homem faz escolhas depois de considerar reflexivamente a situação e as circunstâncias, ele usa sua capacidade de pensar reflexivamente e, por sensatez, age como um animal racional;

- se o homem faz escolhas impetuosas, sem juízo crítico ou cálculo de possibilidades diferentes e mais adequadas, ele usa sua capacidade de pensar instintivamente e, por ignorância (no duplo sentido), age como um animal irracional;

- mas, se o homem faz escolhas impetuosas, com juízo crítico distorcido e tendo calculado possibilidades diferentes - e que efetivamente se oponham aos dados intrínsecos (ontológicos) da sua própria natureza - então, ele estará usando sua capacidade de realizar o que chamaremos de pensamento emocional e, neste caso, terá grande chance de agir como um animal antirracional.

Nem sempre que o homem seguir o que aqui estamos chamando de pensamento emocional ele irá, fatidicamente, agir como um animal antirracional (que usa a razão para contrapor-se à natureza estabelecida).

Muitas das vezes, ao seguir este pensamento emocional, o homem irá comportar-se como um animal irracional (que age sem o uso da razão ou contra ela, mas jamais contra a sua natureza).

Raramente, contudo, ao seguir o pensamento emocional, o homem irá comportar-se como um animal racional (que através do juízo crítico e da capacidade de escolher reflexivamente, jamais agirá contra a própria razão e contra a própria natureza).

Agora está respondida aquela pergunta que fizemos anteriormente e repetimos a seguir...

Como devem ser chamados os animais que, fazendo uso da razão, agem acintosamente contra toda ordem estabelecida na natureza (lembrando que o estatuto genético da natureza está dado antes do desenvolvimento da razão reflexiva ou instintiva)?

Ora, por que aquele que age contra a natureza não pode ser simplesmente chamado de irracional, mas, sim, de antirracional?

Para ser considerado irracional, é preciso agir como um irracional. E ser irracional é agir contra a razão, não contra a natureza segundo sua constituição ontológica.

Podemos dizer, ainda:

- o agir irracional (contra a razão, mas não contra a natureza) pertence à categoria dos animais irracionais (que usam o pensamento instintivo, sem refletir o que fazem e porque fazem);

- o agir antirracional (contra a razão e contra a natureza) é próprio de animais antirracionais (que com ou sem uso da razão, agem contra a natureza);

- o agir racional (de acordo com a razão e a favor da natureza) é próprio de animais racionais (que usam sensatamente a razão e não contrariam a natureza própria das coisas);

Sendo assim, tudo que se estabelece contra a natureza própria das coisas - enquanto regra geral do mundo animal - só pode ser tomado como exceção de caso e, portanto, dentro de caso de exceção.

Logo, não se é possível aceitar como regra geral os comportamentos próprios dos casos de exceção que: ora agem contra o uso sensato da razão, ora contra a natureza própria das coisas.

Vamos a alguns exemplos para clarificar a incomoda contundência deste argumento:

- não é regra geral na natureza a prática de aborto (aliás, estou em busca de saber que espécie animal além daquele que se autodenomina racional, possui este comportamento matricida);

- não é regra na natureza (quer entre racionais quer entre irracionais) a prática homossexual;

- é prática comum e, portanto natural, entre os animais irracionais proteger os mais fracos e as fêmeas grávidas, ao invés de regular a prole por intervenção abortiva (ato desconhecido mesmo como exceção, até onde sei, no mundo animal).

- Não é regra na natureza (e também desconheço exceção para este caso) a eutanásia dos indivíduos velhos ou doentes numa manada, bando ou qualquer tipo de coletividade no mundo animal. Podem ser deixados à própria sorte, mas, não são assassinados;

Nenhuma espécie entre os animais irracionais têm estas práticas como regra geral e no caso específico do aborto e da eutanásia (assassinato dos mais indefesos), simplesmente não conheço espécie que os realizam mesmo como exceção. Se há, gostaria de ser informado para me deter com grande atenção sobre o(s) caso(s). Contudo, ainda que se comprovasse tal fenômeno, haveria necessariamente e uma vez mais que ser tratado como caso de exceção, logo, não serviria de parâmetro para constituir o aborto e a eutanásia como uma regra geral do comportamento animal.

Entre algumas espécies de animais irracionais se verifica algumas práticas que podem ser consideradas homossexuais, sempre como casos de exceção e, importa dizer, como elemento circunscrito ao que podemos chamar de estatuto comportamental e não estatuto genético.

De fato, a natureza só produz dois gêneros distintos e complementares, aptos para perpetuar a própria espécie.

Chamamos novamente atenção para os casos de reprodução por partenogênese (que são casos isolados no duplo sentido: de que são raros e também de que são espécies comprovadamente sem vida social. Ex.: escorpião, dragão de cômodo, etc).

O curioso nestes casos de exceção (partenogênese) é que, mesmo dispensando a assistência do macho para reprodução e perpetuação da espécie, estes indivíduos continuam produzindo os dois gêneros e não se nota nenhuma atividade homossexual entre eles, isto é, o fato de não haver “conjugalidade” complementar nem suprime os gêneros que são sempre dois (macho e fêmea), nem masculiniza as fêmeas (comportamental ou geneticamente), nem afemina os machos.

A constituição ontológica dos seres na natureza é precisa e determinante. Não há gêneros intermediários ou diferentes do masculino e feminino. Esta é a regra geral no mundo animal. E o que existe de exceção é dado relativo ao comportamento anômalo.

Isto é um fato.

Uma evidência da realidade instalada como regra natural no Reino Animal.

Se constatar isto pode ser psico-socialmente tomado como uma postura de discriminação, então, doravante a verdade estará em suspensão para que a loucura e o devaneio se instalem como regra social.

Aproveito para perguntar aos ambientalistas e naturalistas como eles reagiriam caso instituições e organizações internacionais se articulassem para financiar, mundo a fora, clínicas veterinárias especializadas em violentar o ventre dos tão idolatrados bichinhos para assassinar os embriões de cães, gatos ou qualquer animal doméstico ou selvagem?

Talvez, num futuro próximo, numa hipérbole do desmando humano e da inversão de valores, haverá cadeia para quem montar num cavalo e Nobel para quem praticar mais abortos...

Não é o objetivo aqui apresentar uma pesquisa científica detalhada sobre o comportamento no mundo dos animais irracionais, o que é trabalho para cientistas da área.

Contudo, a questão é: como calar a razão quando ela nos leva a observar que a natureza - dos indivíduos e das coletividades no reino animal - está regulada por regras gerais que seguem estatutos claros e bem definidos geneticamente, bem como padrões comportamentais universais predominantes e garantidores da perpetuidade das espécies?

Que se admita os casos de exceção (sem pretender instituir como regra geral), as aptidões comportamentais anti naturais dos animais racionais e animais irracionais, é um fato, afinal, esta é uma conseqüência da capacidade de escolher que acomete tanto racionais (por escolha refletida) quanto os irracionais (por escolha instintiva).

Isto nos leva a levantar questões incomodas para provocar a reflexão desta nova categoria de animal, a dos animais antirracionais (que tendo uso da razão aplicam-na contra a natureza própria das coisas):

- de onde vem a necessidade de instituir como regra geral e como novo padrão de moralidade aquilo que a natureza indica como caso de exceção?

Outras questões surgem neste horizonte de melindres que afetam o pensamento emocional dos animais antirracionais:

- É verdade, de fato e de direito, que todas as informações constitutivas da estrutura do ser estão contidas no DNA?

- Se não é verdade, então, por que tanto interesse científico em extrair do DNA (a qualquer preço, na mais fantástica guerra intra celular já travada pelo homem) as informações, o conhecimento, a tecnologia, enfim, a cura e o segredo da vida, tão caros à busca da razão humana?

- Se por outro lado, é verdade que o ser já está determinado do ponto de vista biológico pelo DNA, então, por que não tratar esta realidade intra uterina - desde o zigoto que já contém o fundamento vital do novo ser - como sendo o maior patrimônio humano?

- Por que há mais políticas em defesa dos patrimônios históricos, que são feitos de pedra e marcam a atrocidade causada pelo orgulho e pela insensatez dos animais racionais?

- Por que há mais interesse em defesa dos patrimônios ecológicos, tão necessários à vida do homem que está disposto a legalizar a prática genocida dos mais indefesos de sua própria espécie, a saber: os embriões (por meio do aborto e das pesquisas com células tronco) e dos idosos “improdutivos” ou doentes sem esperança (através da eutanásia)?

- Por que tanta idolatria na defesa dos animais irracionais - a ponto de despertar verdadeiro ódio da parte dos "defensores" da natureza - quando qualquer atitude que indique maus tratos dos animais irracionais, por um lado, e, por outro, promove-se a peso de milhares de dólares as políticas que estão prontas para dilacerar em fatias - e dentro do ventre da mãe - o mais indefeso dos indivíduos, coisa que nenhum cachorrinho idolatrado seria capaz de fazer?

Ora, se o gene humano, em sua máxima potência realizada no zigoto (após esta fase como princípio de máximo ato) não for tratado como o maior patrimônio da humanidade – e patrimônio vivo, à imagem e semelhança do Autor de toda natureza! – então, a nova categoria, a dos animais antirracionais, de exceção, se tornarão regra rumo a auto destruição da espécie.

Com este feito, a humanidade, certamente, atingirá o cumprimento pleno do pacto feito, na origem, com a serpente: “sereis como deuses”, deuses da bestialidade!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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