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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

... NÃO COMPETE À IGREJA...

Caríssimos,

de fato, não compete à Igreja entrar no mérito político partidário.

Contudo, ela não se calará hoje, como não se calou no passado e não haverá de se calar em qualquer época no futuro enquanto os reinados, os impérios, as ditaduras, os estados democráticos ou qualquer forma de governo, compactuar com a - hodiernamente chamada - CULTURA DE MORTE.

A Igreja zela no mundo pelos interesses do Autor da Vida e, portanto, o sentido de ser e existir da Igreja é a defesa da vida no presente (da fecundação até a morte natural) e no futuro (razão da Ressurreição).

Por isto combate - sempre ao preço de hostil intolerância do poder instituído - as rentáveis ações anti vida, propagadas pelo autor da morte e seus compassas sempre ávidos por desenvolver a humanidade na perspectiva do "conhecimento do bem e do mal". A razão intrínseca deste mecanismo insólito que promove a chamada CULTURA DE MORTE é dada pela ambição do homem.

O que está em questão no horizonte deste modelo é a lucrativa possibilidade do homem agir como se fosse deus de si mesmo e de seus semelhantes. É a evolução do “querer ser como deus” para todas as instâncias: intelectual, ideológica, econômico-financeira, artístico-cultural, política e até mesmo religiosa, afinal, desde que Deus faça como querem os homens, estes prestarão “culto” a Ele... Caso contrário, fique longe de nós o Vosso Reino...

Que há projetos políticos, interesses internacionais e programas partidários alinhados clara e formalmente - através de vínculo expresso - com esta chamada CULTURA DE MORTE, isto é um fato, não uma inferência imprópria da religião nas questões de Estado. Aliás, parte importante dos religiosos, sabe lá Deus por qual razão, faz questão de “ter vistas grossas” para esta evidência patente, supondo, provavelmente, que 300 denários em favor da ideológica causa da pobreza valha mais que o princípio da vida em todas as suas etapas (quem foi que disse que Judas, o Iscariotes, não deixou sucessão apostólica?)...

Se, por um lado, a política partidária num Estado Democrático - e laico - deve ter a necessária liberdade para desenvolver-se autonomamente e promover o bem do povo, por outro, tem a obrigação natural de rechaçar todo e qualquer elemento anti vida.

Obrigação esta que se não cumprida por parte dos representantes do povo, especialmente num estado democrático, confere direito ao povo de evocar seus princípios morais e éticos (os quais, advém, de fato - especialmente no ocidente - do ethos judaico-cristão) contra a má representação que fazem de seus princípios individuais e coletivos.

Ora, quem pode trair este postulado - fundante de si mesmo - sem trair a própria consciência democrática?! A menos que a democracia - na cabeça dos ideólogos - seja uma mera forma de se atingir a vontade “iluminada” de algumas minorias em nome do bem da “ignorância” das maiorias. Neste caso, quem pode dizer que esta não é a religião laica do estado democrático?

É óbvio que a conveniência de preservação da auto imagem e a necessidade manter ilesa a liberdade para realização dos sonhos pessoais – ao lado da franca necessidade de subsistir - conduz a maioria à colocar-se sempre em cima do muro, permitindo, com isto, ecoar o brado de tais minorias como se este fosse o desejo efetivo de todos.

É importante dizer neste caso que, este ato de prudência na exposição dos princípios íntimos e das escolhas fundamentais, por parte dos representantes da religião que são figuras públicas, confere-lhes o dever cívico de não definir-se publicamente de modo político-partidário. Mas também lhes confere a obrigação moral de não omitirem-se quando a questão da CULTURA DE MORTE encontra caminhos para INSTITUCIONALIZAÇÃO DO MAL.

É evidente que há uma orquestração operacional e legalizante por parte de uma importante ala dos organismos democráticos internacionais. O objeto de tais esforços visa instituir a máxima liberdade dos comportamentos como expressão superior da liberdade democrática, suprimindo a necessidade de estabelecer e aplicar o "NÃO" como oposição ao “bem” sonhado por minorias dominantes.

Ora o “NÃO” dado por um princípio moral da maioria é tão necessário para democracia quanto o “SIM”. Ambos constituem partes integrantes do processo de liberdade enquanto justiça.

Sem isto não há liberdade justa nem justa liberdade.

Logo, suprimindo-se o direito de parcela da sociedade civil manifestar seu princípio moral – venha ele da consciência LAICA ou RELIGIOSA do povo - o pressuposto democrático, seguramente, irá se dissolver em ditaduras de esquerda (onde impera o poder da ideologia social) ou ditaduras de direita (onde impera o poder da ideologia econômica).

O meu direito tem, sim, um limite: o direito do outro.

Mas, o direito do outro também tem um limite expresso: o meu direito.

Ora, pretender “elevar” a democracia a um patamar em que a liberdade estabelece o direito de um em detrimento do direito do outro, é leninizar (modo de conjugar a ditadura marxista) a práxis do ideal democrático de esquerda ou americanizar libertinamente o ideal democrático de direita.

E a verdade prática é: os partidos, todos, em medidas diferentes do ponto de vista da radicalidade ou amenidade com que fazem isto, funcionam assim. Leninizam e americanizam – ideologicamente - a aplicação da liberdade como se ela, a liberdade aplicada, pudesse ser um ente superior ao que ela própria significa como expressão do direito pessoal e coletivo. Ora, a liberdade assim praticada, destrói a si mesma no seu principal fundamento: o direito alheio.

Tudo bem. Há quem defenda este direito como parte do risco tolerável num processo democrático, que deixa larga margens para o partidarismo de conveniência, onde acaba campeando a corrupção. Isto é aceito de modo institucional conforme o interesse de quem constitui ou compõe os partidos e na medida do apoio de parte da sociedade que dá crédito e lastro com sua militância ou simpatia política a qualquer legenda ideológica (à esquerda, à direita e ao centro).

Que isto faça parte do processo, como premissa desta pretendida liberdade democrática, não há duvida. Todos têm o direito de acertar e errar. Outra coisa bem diferente é admitir que esta aceitabilidade pela manutenção do princípio da necessária liberdade laica do Estado Democrático autorize o silêncio tácito diante da institucionalização do mal.

Alto lá! Isto não! É algo repudiável consentir com isto.

Na verdade, o homem de bem - religioso ou não - tem o dever sumário de gritar quando a insanidade procura o caminho legal para esta institucionalização do mal, sob o pretexto espúrio de garantir a liberdade de todos, sem medida de respeito ao que está acima de todos: a vida!

Mas, o mais curioso, é que muitas vozes que representam a religião encontram espaço para se levantarem impunemente quando se politizam partidariamente com as legendas que abertamente apóiam este processo de intitucionalização do mal, sob a alegação de que a ação social compensará os desmandos morais.

Contudo, se alguma voz se levanta para apresentar dúvidas e questionamentos, honestos e necessários, contra este processo - que a religião compreende como mistério da iniqüidade - então, o brado no pátio do poder é uníssono: crucifica-os!

Cegueira e má Fé são tratadas no gênero literário bíblico como coisas correspondentes... “de forma que vendo não vejam, e ouvindo não entendam”(Lc 8, 9b).

Seja como for, deixemos de lado o mérito específico da disputa eleitoral político partidária e retomemos então o discurso mais potente que a verdade pode construir quando a dissimulação se torna inquisitorial: a metáfora, a parábola e a hipérbole teológicas... e, porque não, com boas pitadas da maiêutica e da ironia filosóficas?!

Sendo assim, apresento aos que ainda não leram algumas provocações reflexivas:

Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

Salva-me de mim mesmo!

O HOMEM INDIGNO!

Festival animalesco de ódio no País da selva amazônica...

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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