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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

quinta-feira, 14 de março de 2013

HABEMUS PAPAM FRANCESCO!!!



Após desabar a alma na última postagem, laconizando angústias acumuladas por conta de uma percepção cada vez mais amiúde das entrelinhas da história, onde Deus procura deixar pistas de Seu agir velado e paradoxal - mas nunca pragmático e contraditório - rendo-me, inteiro, aos quatro votos que professei como monge católico, com ênfase ao quarto que é especial: “amor ao clero sem limites e sem julgamentos” (São Francisco de Assis).

E por quê?

Habemus Papam!

Habemus Papam é o que fez ecoar, ontem, a Igreja, e mesmo o mundo inteiro, através da maior cobertura televisiva da história, sem qualquer precedente.

No Brasil, até quem fez império midiático protestando por veemente oposição de credo ao catolicismo, teve que transmitir - ao vivo e a cores! - o maior fenômeno religioso do planeta terra, nem que fosse só para não ter a vergonha de registrar audiência perto de zero. 

Inimaginável! Até mesmo o mais importante protagonista desse episódio, o Papa Emérito, que causou com sua renúncia um novo Pontífice Romano, grudou os olhos de anciã sabedoria doutoral num monitor de TV para acompanhar o mundo inteiro dobrar-se – festejando efusivo ou “cuspindo marimbondo” – diante do novo Vigário de Cristo na Terra.

Fato é: por mais que falsos profetas ressuscitem mortos, em sessões de curandeirismo em troca de dízimo, são incapazes de atrair com tamanha força toda a atenção do globo.

Que explicação há nisto senão que reside no Ministério Petrino um real apontamento para a Verdadeira Transcendência?

Que poder é este que cativa de modo tão impactante os que buscam a Deus com maior sinceridade do que aqueles que, embora chamando a Deus de Senhor, tratam-no como Servo de seus projetos de glória humana?

Que poder é este que flagra aqueles que recusam crer que o Papa seja o Verdadeiro Vigário de Cristo na Terra, a ponto de obriga-los à pavorosa contradição de terem que monitorar o fenômeno papal para tentar provar ser falso aquilo que de antemão já consideravam não ser verdadeiro?

E se muitos vão justificar que se prendem à transição do papado só para registrarem a oportunidade de ver finalmente desmantelar - de uma vez por todas! - a alegada “hipocrisia” da Igreja que se diz de Cristo, então, cabe perguntar: de onde vem tão poderoso desejo de ver o fim do que julgam sequer ter tido um verdadeiro começo?

De qualquer forma, se - para “gregos e troianos” contra ou a favor de romanos -, hoje, reboou um solene (para uns) ou um debochado (para outros) habemus papam, para mim, muito particularmente, e para a Obra dos Pequenos Monges do Pater Noster, calou fundo um sonoro habemus papam Francesco...

E não podia ser diferente...

O quarto voto que fazemos como monges e monjas do Pater Noster, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e nosso, assim como o Carisma de Fundação desta Obra de Deus, está alicerçado na mais genuína expressão do amor de Francisco de Assis a Deus: através de sua veneração autêntica às Coisas Sagradas, à Hierarquia e à Igreja Santa e Católica, expressa nesta sua bela frase dita ao Colégio de Cardeais de sua época, quando perguntado como conseguiria compatibilizar sua proposta de “altíssima pobreza” com a realidade opulenta da Cúria Romana: “amando-os, sem limites e sem julgamentos”, respondeu intrépido o santo...

Todos fazem questão de lembrar-se do pobrezinho de Assis por seu despojamento dos bens materiais e amor aos mais desfavorecidos. E não estão errados.

Ou exaltam o irmãozinho das criaturas por sua devoção – e não adoração – aos seres criados, por reluzirem a perfeição de Seu Criador. No que igualmente estão certos.

Mas quem se lembra do Gigante da Espiritualidade que reconstruiu a Igreja não distribuindo o patrimônio material da Igreja ou exigindo de seus líderes - opulentos à época - uma universal conversão à pobreza temporal, como pretendiam cátaros e valdenses, cujo reducionismo temporal da fé os conduziu a passos largos para a heresia, senão, muito pelo contrário, repetindo sem cessar para a cúpula da Cúria Romana de então que os amaria, não obstante tudo, “sem limites e sem julgamentos”?


Francisco de Assis sabia, melhor que a grande maioria - antes e depois de si - que: se agradava a Deus seu total despojamento material para fazer-se materialmente pobre com os mais pobres, muito mais agradava a Deus sua espiritualidade despojada, que o unia na Eucaristia, Àquele que, embora possuindo o maior dos tesouros – a Natureza Divina – fez-Se o mais Pobre entre todos os pobres: abdicando de ser Rei do Universo para fazer-Se servo dos pecadores na terra, aponto de deixar-se ser preso e morto, tolerando atravessar os séculos em favor da salvação dos homens como amoroso prisioneiro do Tabernáculo?

Pode haver maior pobreza que esta para ser cultuada pelo homem: o Filho de Deus, Herdeiro do Céu e da Terra, abrir mão de Sua condição de ser igual a Deus para fazer-se miseravelmente igual a nós em tudo, fazendo-se inclusive pecado para tomar sobre si nossas transgressões sem, contudo, cometer um único pecado para merecer a Cruz que nos Salva?

Francisco, amando a Deus em primeiro lugar, mais que a si e mais que a qualquer outra criatura, com pureza de alma, conseguiu rasgar o véu no templo de sua percepção sensorial para vislumbrar a tal ponto o Mistério da Fé que encerra a Real Presença de Deus na Eucaristia que, ao invés de se escandalizar com a opulência dos Hierarcas ou com os desmandos temporais da Cúria Romana ou ainda com a prevaricação moral deste ou daquele membro do clero, foi capaz de enxergar os Ministros de Cristo muito para além das exigências de pureza moral e ética, própria aos que julgam com facilidade e prontidão as atitudes alheias na mesma medida em que, com tremenda dificuldade e muito tardiamente julgam a si próprios...

Por esta lucidez ímpar de Fé, Francisco de Assis - Místico Chagado e Mestre da Espiritualidade - era capaz de dizer sem titubear: ‘se encontra-se um Anjo Puro, vindo direto do Trono de Deus e o pior padre da terra, o mais vil, o mais pecador, ajoelhar-me-ia diante do padre e lhe beijaria as mãos, porque o Anjo, em toda a sua pureza não pode trazer-me do Céu o Pão da Vida,  e, o mais vil dos padres, pode dar-me o alimento dos anjos em favor da salvação de minha alma”.

Com toda reverência que minha consciência a respeito deste Carisma que lateja em meu peito permite, olho para o Papa Francisco de Buenos Aires, lo hermano de nosotros, recém eleito Sucessor de Pedro Apóstolo, e posso dizer com a simplicidade de bom mineiro com um traço de espiritualidade franciscana amalgamada à espiritualidade kenótica dos orientais católicos:

_ Santo Padre, se pensando assim, uníssono com aquele de quem tomou o nome para vosso papado, Vossa Santidade priorizar o serviço da caridade em favor do bem dos materialmente pobres, amando o Criador nas criaturas, sereis, então, um grande Papa, todavia, maior que alguns e menor que muitos.

_ Se de modo concomitante Vossa Santidade priorizar, sobretudo, a Caridade Litúrgica em favor do bem dos espiritualmente pobres, adorando o Criador para além das criaturas, então, serás um Grande Santo, nem maior nem menor que todos os demais.

_ E se ainda, o vosso nome escolhido, Francisco, contiver o desejo de continuar como Pontífice, o que o vosso confrade Jesuíta se propôs como missionário no extremo oriente, então, vale lembrar quão mais longe vós sereis capaz de chegar que a Doutora da Igreja, que ardendo em Adoração ao Amoroso e Divino Prisioneiro do Tabernáculo, tornou-se Padroeira das Missões sem jamais deixar o claustro.

_ Santo Papa Francisco, por último, perdoe-me o atrevimento em dirigir-me a Vós publicamente, visto que esta minha postagem parece já ter se tornado uma terceira carta aberta a Pontífice Romano (duas a Bento XVI e esta primeira a Vossa Santidade), então, eu aproveito para registrar: não que eu espere de vós qualquer coisa que me pese contra o quarto voto de amar a vós e ao vosso clero – não só em Roma, mas em todo mundo – sem limites e sem julgamentos, contudo, desejo para vosso pontificado, muito para além de amar os pobres como convém, guardar a Liturgia como ninguém!... ou ao menos como os Franciscos, que Vos serviram de inspiração para o nome!
Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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