Em
todas as épocas pessoas de fé e boa vontade tem lá suas honestas razões para
exclamar: VIVEMOS TEMPOS DIFÍCEIS! DIFICÍLIMOS!!!
E
o fazem com justa medida de coerência e verdade!
Cada
época, referenciada a partir de tempos que passaram e que construíram tradições
louváveis, cumpre esta sina que é, a um só instante e sem ambiguidades: de um lado
cíclica, na medida em que se repete de tempos em tempos, e, de outro, com sua
linearidade, na medida em que tudo caminha para uma causa final...
Que
isto quer dizer em termos práticos?
Parece-nos
que as contradições entre épocas fazem variar com maior ou menor acento a
percepção do que não pode jamais mudar, isto é, aquilo que Ireneu de Lion
chamava de dogmas imutáveis da verdade (não
se trata aqui, estrito senso, de dogmas religiosos, mas da verdade sobre o que quer
que seja em sua indefectibilidade, como, por exemplo, o fato de que sempre será
dia no ocidente quando noite no oriente - e vice-e-versa -, enquanto houver como tal o sistema solar).
Este
fenômeno da história, ou seja, a contradição entre momentos e épocas,
distribuem seus acentos de modo diverso. Ora fazem brilhar a força luminosa da
verdade com a pujança de seus dogmas
imutáveis, ora fazem turvar as sombras escurecidas da dúvida com a
truculência de relatividades ditatoriais.
Assim
parece perpetuar-se a história rumo a um momento que possa ser derradeiro... com a
explosão do sol e o fim do sistema solar por simples mecânica do universo, para
os céticos; ou com a intervenção Divina no aguardado do Último Dia, para os que
creem.
Importa
que a história continua prosseguindo seu rumo, numa direção linear cheia de, por
assim dizer, “circunvoluções”...
E
se esta dinâmica, por si só, permite a cada época e aos seus interpretes,
realizar as devidas hermenêuticas (de ruptura ou de continuidade) com épocas
anteriores e tendo em vista as épocas do porvir, então, podemos constatar que as
hermenêuticas da história, sobre quaisquer temas - da ciência à religião - têm
dois movimentos básicos possíveis: ou se aproximam da clareza luminosa da verdade ou se distanciam dela adentrando a nebulosidade opaca da dúvida e do
anacronismo...
Num
ou noutro caso se segue um tremendo fato: a caridade esmorece na medida da
grande maioria dos intérpretes e julgadores da história (ou por vezes, maioria absoluta).
A
caridade não esmorece apenas quando a força truculenta do relativismo
ditatorial quer impor a todos – e a todo custo – uma permissividade liberal que
não respeita o direito de se eleger critérios morais que regulem com justiça –
humana ou Divina – as condutas dos indivíduos e das coletividades.
A
caridade esmorece também quando, em nome da verdade, se quer impor sob pena
capital uma conduta única, que prescinda ao direito nato do homem de permitir-se não guiar por condutas morais, ainda que estas sejam inequivocamente nobres. E respeitar este critério de individualidade não supõe fazer apologia a qualquer tipo de anarquismo...
Em
outras palavras, valendo-nos do discurso religioso: o Céu existe e é oferecido
a todos que o queiram (que são muitos, mas não todos! Eis a razão do pro multis no Ato Litúrgico).
Manter
um ser livre, contra vontade, “acorrentado” no Céu, seria mais um inferno para os santos (que aderem livremente às regras do Céu sem protesto e, portanto, não merecem o inferno de nenhum modo) do que para o próprio ente revoltoso, mesmo que o inferno da perfeita ausência de Deus, fora do lugar de comunhão com todos, seja muito, muito,
indizivelmente, pior que esta impensável situação...
A Perfeita
Caridade arde num infinito amor desejosa de que todos possam chegar livremente
ao Dom Total da Salvação livremente oferecido. Mas, arde também numa infinita dor
pelo fato de que é possível, sim, que nem todos, embora, muitos, acolham em sua
vontade, sua inteligência e em seu livre arbítrio este Dom Gratuito da
Misericórdia Infinita de Deus, como Ele estabeleceu, e não como se quer ou se
supõe poder usufruir de tamanha Graça.
De
fato, para adentrar livremente o Paraíso de Paz que tanto aspira o homem –
crente ou cético – há uma Porta! E não se pode entrar pela janela sem ser
confundido como assaltante e, por conseguinte, precisa ser devidamente retirado da Casa do Pai por três justas razões: por respeito à Vontade do Pai que foi desobedecida; por respeito aos santos que não podem ser obrigados a suportar perpetuamente junto de si os que odiosamente transgridem a Vontade do Pai; e, por último, por respeito à livre escolha dos próprios entes desobedientes, que não queiram curvar sua vontade de limitada criatura, errante e falível, à Vontade Criadora de Deus, Perfeita, Indefectível e Infalível.
Se
ninguém pode ficar perpetuamente obrigado onde não quer - enquanto pode decidir-se antes do fim da história -, por mais infinita que seja a
Misericórdia de Deus, a qual não irá acrisolar ninguém junto de si contra a
vontade do ente, também ninguém poderá permanecer onde não lhe pertence, agindo à revelia do que fora estabelecido na Casa do Verdadeiro Outro, como se lá lhe pertencesse...
Ora, o inferno nada mais é do que a casa própria de quem não aceita os costumes da Casa Alheia e comum a todos, na qual ele é só – e tão somente - um convidado...
Ora, o inferno nada mais é do que a casa própria de quem não aceita os costumes da Casa Alheia e comum a todos, na qual ele é só – e tão somente - um convidado...
Se
o Céu é a Casa do Pai, que tem o Direito Divino de estabelecer Sua Própria Vontade como costumes para seus filhos, o inferno é a casa de quem tem o direito de, rejeitando os costumes do
Céu, edificar para si uma gruta interior segundo os desmandos anárquicos de não
observância de regras coletivas, estabelecidas para o bem de todos e não para o bem de "cada si mesmo"...
Portanto,
o Céu tem muitas moradas, cada qual na medita da capacidade objetiva e
subjetiva de obedecer tais regras que garantem a caridade perpétua entre os que
se deixam santificar, quer por via objetiva quer por via subjetiva de
obediência...
E
o que é o inferno, então, se não um gueto frio, isolado e solitário, edificado
pela incapacidade de obediência objetiva ou subjetiva àquilo que de per si transcende o Ser?
Que
é o inferno, senão um amontoado de desculpas, objetivas ou subjetivas, seja em
defesa do que é certo ou em defesa do que não é, para não submeter a vontade a
uma razão nobre ou deficiente que venha totalmente de fora do próprio eu (onde
reina absoluto o amor próprio)???
Há
quem “virtuosamente” defenda “com unhas e dentes” o que se deve obedecer sem
considerar também como se deve obedecer.
Acaso foi o conteúdo do “fruto do conhecimento do bem e do mal” que causou a ruptura (desligamento, daí a necessidade de religare=religião) entre a amizade íntima do homem com Deus ou, antes, fora o simples fato de não cumprir a regra da Casa, da Casa do Pai, que fez o homem abandonar-se à perdição da própria sorte?
Acaso foi o conteúdo do “fruto do conhecimento do bem e do mal” que causou a ruptura (desligamento, daí a necessidade de religare=religião) entre a amizade íntima do homem com Deus ou, antes, fora o simples fato de não cumprir a regra da Casa, da Casa do Pai, que fez o homem abandonar-se à perdição da própria sorte?
Portanto,
para confusão dos que supõem que basta obedecer à verdade sem levar em conta
critério da caridade, tanto quanto para tumulto interior dos que acreditam que basta “viver” a
caridade sem obedecer à verdade, uma exortação da parte de Deus: o inferno é a casa tanto daqueles que negligenciam
a verdade em nome da caridade segundo regras próprias e particulares, quanto
daqueles que ignoram (no sentido de não conhecer, embora sejam capazes de
saber) a caridade em nome da verdade que supõe conhecer, quando de fato, apenas
dela sabem por acumulada erudição conceitual.
Será que para ser um bom católico, ao aplicar a verdade sem caridade - ou com critério próprio de caridade -, basta obedecer o que
corretamente se crê, contra tudo e contra todos, em nome de Deus, prescindindo objetivamente
da indefectibilidade visível que este próprio tipo de cristão afirma existir na Igreja de Cristo através do
conjunto da Fé, a saber: Escritura, Tradição, Dogmas, Hierarquia que inclui a
visibilidade de um Ministério Petrino de Unidade, que serve à Providência Divina, mesmo agindo
aparentemente em equívoco?
Será adequado a um cristão legítimo a postura de “assentar-se no trono” da verdade, ocupando o lugar que só cabe a Deus, para
julgar moral e doutrinariamente aqueles que possuem Ministerial Autoridade Eclesiástica, valendo-se de critérios sutilmente dissimulados, do tipo: não cumpro objetivamente obediência
à tal Autoridade Constituída, porque ela não cumpre obediência à linha ininterrupta
de Autoridades a quem sucede?
Isto não será simplesmente um subterfúgio da alma que não se enxerga protestando na parte mais escondida de seu próprio ser???
Isto não será simplesmente um subterfúgio da alma que não se enxerga protestando na parte mais escondida de seu próprio ser???
Na
prática isso soa assim: obedeço objetivamente a tal Autoridade constituída
sobre mim, somente se ela obedecer tal e tal Autoridade da linhagem de sempre a que ela está obrigada a suceder...
Ora,
isto não é uma maneira subjetiva e dissimulada de, no fundo no fundo, dizer “não
servirei” no exercício objetivo da obediência que todos devemos praticar para entrar
pela porta na Casa do Pai, cuja regra de comunhão entre filhos santos é
obedecer para sempre tudo o que Deus pode decidir sem deliberar com quem quer
que seja e sem contradizer a Si mesmo, ainda que providencialmente permita o
mal para confundir os dois tipos de espíritos orgulhosos?
Quais
tipos de espíritos orgulhosos?
O primeiro tipo: aqueles
que ao extremo da esquerda de Deus, contestam objetivamente a Deus - e ao que
Ele instituiu em favor dos homens - supondo estar, assim, obedecendo a algum
tipo pretenso e irreal, por assim dizer, de união hipostática imanente (uma espécie de pretensa união íntima e substancial da natureza
pessoal do ente individual com a natureza Verdadeiramente Humana Jesus Cristo).
O segundo tipo: aqueles que à extrema direita de Deus, contestam subjetivamente a Deus – e às
Autoridades por Ele constituídas – acreditando veementemente estar, deste modo,
obedecendo a algum tipo, igualmente falso e irreal, de pretensa união
hipostática transcendente (união íntima e substancial da natureza pessoal
do entre individual com a Natureza Verdadeiramente Divina de Jesus Cristo).
O
primeiro caso favorece a heresia, que separa o crente do Corpo de Cristo, por
acreditar numa interpretação diferente e mais adequada da doutrina oferecida
pela Igreja.
O
segundo caso favorece o cisma, que separa o crente do Espírito de Cristo, por
acreditar numa interpretação tão inamovivelmente estática da Tradição oferecida
pelos Magistérios anteriores, a ponto de justificar a não obediência objetiva do
Magistério atual, sob a pretensão de certeza de foro íntimo de que este não dá continuidade àquele.
Todavia, reserva-se à consciência, desde que com discrição e devida veneração às autoridades constituídas, não obedecer ensinamento moral e doutrinário diverso do Magistério Imutável da Igreja.
Mas, registre-se: NÃO SE DISPENSA EM NENHUM CASO, A OBEDIÊNCIA DISCIPLINAR BEM COMO A REVERÊNCIA PÚBLICA E PRIVADA À AUTORIDADE CONSTITUÍDA. Do contrário, aplique-se a regra Paulina imprecada em Romanos 13.
Todavia, reserva-se à consciência, desde que com discrição e devida veneração às autoridades constituídas, não obedecer ensinamento moral e doutrinário diverso do Magistério Imutável da Igreja.
Mas, registre-se: NÃO SE DISPENSA EM NENHUM CASO, A OBEDIÊNCIA DISCIPLINAR BEM COMO A REVERÊNCIA PÚBLICA E PRIVADA À AUTORIDADE CONSTITUÍDA. Do contrário, aplique-se a regra Paulina imprecada em Romanos 13.
Considerando os dois casos anteriores no que diz respeito ao orgulho espiritual, vejamos, pois, o que segue:
- no primeiro caso temos um protesto explícito contra a Autoridade Constituída, embora se conservem os vínculos eclesiais. Aqui, onde ainda que não haja uma ruptura visível, este mecanismo interno faz o indivíduo ou o grupo tender para heresia;
- no segundo caso do espírito orgulhoso temos um protesto implícito contra a Autoridade Constituída, ainda que se pareça lutar em favor dela ao se reclamar a legítima continuidade histórica, justificando-se aqui e acolá a ruptura dos vínculos externos visíveis pela manutenção daqueles vínculos invisíveis da unidade. Este mecanismo interno faz o indivíduo ou o grupo tender para o cisma.
Em ambas as dinâmicas da consciência, o que sucede de fato é uma divisão interior, que faz supor que a própria lógica e clareza analíticas do indivíduo - ou da pequena coletividade inclinada às tais modalidades de protesto - são o parâmetro mais seguro para testificar a verdade...
- no primeiro caso temos um protesto explícito contra a Autoridade Constituída, embora se conservem os vínculos eclesiais. Aqui, onde ainda que não haja uma ruptura visível, este mecanismo interno faz o indivíduo ou o grupo tender para heresia;
- no segundo caso do espírito orgulhoso temos um protesto implícito contra a Autoridade Constituída, ainda que se pareça lutar em favor dela ao se reclamar a legítima continuidade histórica, justificando-se aqui e acolá a ruptura dos vínculos externos visíveis pela manutenção daqueles vínculos invisíveis da unidade. Este mecanismo interno faz o indivíduo ou o grupo tender para o cisma.
Em ambas as dinâmicas da consciência, o que sucede de fato é uma divisão interior, que faz supor que a própria lógica e clareza analíticas do indivíduo - ou da pequena coletividade inclinada às tais modalidades de protesto - são o parâmetro mais seguro para testificar a verdade...
Ao
centro, dos dois extremos de desobediência humana elencados acima, está a Reta
Obediência de Cristo, Única Pessoa que possui em Si mesmo a Perfeita União
Hipostática entre duas Naturezas que lhe são próprias: uma, a Verdadeiramente Divina,
que recebeu do Pai por geração consubstancial, na Unidade de Espírito com o
Santo Espírito; e outra, a verdadeiramente Humana, que tomou para Si, por
Vontade do Pai e por Obra do Espírito Santo, no Seio da Santíssima Virgem
Maria.
Misticamente
unidos - por participação - nesta Vida Divina do Filho Unigênito de Deus, de
modo verdadeiro e pleno em caridade, estão os santos, isto é: nem aqueles que ficaram
“caridosamente” (por algum tipo qualquer de idolatria) à esquerda da Verdade,
contra a Vontade de Deus em favor das criaturas; nem aqueles que ficaram “verdadeiramente”
(embora de alguma forma misteriosamente mentirosa) à extrema direita da
Caridade, contra a Vontade de Deus em favor da Lei aplicada com empáfia puritana contra as
criaturas...
Duras
estas palavras?
Mais
que duras elas são intoleráveis para quaisquer dos dois espíritos incautos
elencados acima.
Todavia,
para os que retamente obedecem no íntimo de suas almas, mesmo que às vezes
pareçam desobedecer, sujeitos que estão à terrível pujança da força do pecado,
cuja recorrência é diuturna na alma humana em razão da concupiscência que
permanece mesmo depois do batismo e de sucessivas confissões sacramentais, tudo
isto, ao contrário de ser intolerável, é refrigério legítimo, pois que estes que acolhem o Consolo Divino e a Graça Santificante, pecadores como todos os demais, não
fiam somente em si próprios e na presunção lógica de suas próprias
inteligências, vontades e livres exames de consciência...
Estes últimos, que sem quebrar por nenhuma modalidade de desobediência, direta ou indireta, objetiva ou subjetiva, submetem-se, sem reservas, às mediações estabelecidas por Deus, ainda que sejam ministradas por outros pecadores vacilantes e falíveis, quer em matéria moral, quer em matéria doutrinária, habitam já, hoje, agora, na peregrinação terrestre as primícias do Céu...
Afinal, os Sacramentos por estes homens transmitidos, não trasportam a opinião concordante ou discordante daqueles que as transmitem, antes, transportam a Graça oferecida por Deus em favor de todos quantos queiram, ou seja, muitos que obedientemente aceitam...
Estes últimos, que sem quebrar por nenhuma modalidade de desobediência, direta ou indireta, objetiva ou subjetiva, submetem-se, sem reservas, às mediações estabelecidas por Deus, ainda que sejam ministradas por outros pecadores vacilantes e falíveis, quer em matéria moral, quer em matéria doutrinária, habitam já, hoje, agora, na peregrinação terrestre as primícias do Céu...
Afinal, os Sacramentos por estes homens transmitidos, não trasportam a opinião concordante ou discordante daqueles que as transmitem, antes, transportam a Graça oferecida por Deus em favor de todos quantos queiram, ou seja, muitos que obedientemente aceitam...
Os
que sentirem paz em seu espírito com o impacto destas palavras, são aqueles que apropriadamente desconfiam de
si próprios em medida justa o suficiente para fazerem-se obrigar-se à Igreja e
às Suas Autoridades constituídas.
E isto vale mesmo para TEMPOS DIFÍCEIS em que a Providência Divina, por Desígnio de Deus, faz este Mistério escapar aos mais doutos e santos homens... quanto mais escapa primorosamente à multidão incontável de "camundongos" de sacristia, os quais sem assistência da Graça Ministerial, ajudam a roer - pensando ter habilidade para costurar - o que resta das vestes litúrgicas carcomidas pela geração do elevado amor próprio...
Pois é Deus, e somente Deus, que servindo-se dos males que permite que invadam o mundo a ponto de adentrar como fumaça às Portas da Igreja (cf. Paulo VI), pode permitir a temporária agonia da Cruz, com o fito de fazer brilhar, na sequência dos fatos que se seguirão linearmente na história, a inconfundível Glória de Deus, e somente de Deus, que faz da Ressurreição a Devida e Justa exaltação de Sua Própria Glória!
Quem pensa que poderá tirar uma casquinha desta glória para si, fazendo uso em defesa veemente quer do Carisma quer da Tradição, ambos pertencentes não aos entes, mas à Igreja de Cristo, pode "tirar o cavalinho da chuva", pois do contrário, irá escorregar na sela molhada pela chuva de contradições e, no final, cairá dele... tomara Deus, caia para finalmente se converter à Verdade na Caridade!
E isto vale mesmo para TEMPOS DIFÍCEIS em que a Providência Divina, por Desígnio de Deus, faz este Mistério escapar aos mais doutos e santos homens... quanto mais escapa primorosamente à multidão incontável de "camundongos" de sacristia, os quais sem assistência da Graça Ministerial, ajudam a roer - pensando ter habilidade para costurar - o que resta das vestes litúrgicas carcomidas pela geração do elevado amor próprio...
Pois é Deus, e somente Deus, que servindo-se dos males que permite que invadam o mundo a ponto de adentrar como fumaça às Portas da Igreja (cf. Paulo VI), pode permitir a temporária agonia da Cruz, com o fito de fazer brilhar, na sequência dos fatos que se seguirão linearmente na história, a inconfundível Glória de Deus, e somente de Deus, que faz da Ressurreição a Devida e Justa exaltação de Sua Própria Glória!
Quem pensa que poderá tirar uma casquinha desta glória para si, fazendo uso em defesa veemente quer do Carisma quer da Tradição, ambos pertencentes não aos entes, mas à Igreja de Cristo, pode "tirar o cavalinho da chuva", pois do contrário, irá escorregar na sela molhada pela chuva de contradições e, no final, cairá dele... tomara Deus, caia para finalmente se converter à Verdade na Caridade!
Àqueles
que, ao contrário de sentirem paz em suas almas, ficarem perturbados ou incomodados com a “violência” destas palavras,
aconselho que procurem um Sacerdote de Jesus Cristo, validamente ordenado por
qualquer Rito Católico (se for fiel católico) ou Ortodoxo (se for fiel
ortodoxo) para que possam com sinceridade interior reconhecer e confessar sua presunção intelectual ou, ainda mais grave, sua
presunção espiritual.
E
digo mais...
Pode
procurar mesmo o pior padre da terra, quer em matéria moral, quer em matéria de
doutrina, pois, o pior dos padres poderá absolver sacramentalmente todos os mais puritanos "defensores da fé" de seu orgulho espiritual, que está entre os maiores pecados que se pode cometer contra Cristo e Sua Igreja; e, por outro lado, a oração mais fervorosa, dirigida em conjunto pelos mais puritanos "defensores da fé", jamais poderá absolver sacramentalmente um único pecado, nem mesmo o menor pecado.
E tudo isto considerando que Deus permitiu a sombra da Apostasia varrer a face da terra nos últimos cinco séculos da história, em que o protesto contra Deus e contra o que Ele instituiu, já não é mais exclusividade dos que se separam visivelmente da Igreja (cismáticos e hereges), mas, sobretudo, dos que se mantém no interior dela, com grave dose de ignorância da Verdadeira Caridade e da Caridosa Verdade, adoecidos na alma com as certezas de seus livres exames sem se perceberem intimamente revoltosos como semi-cismáticos e semi-hereges, ainda que ligados sacramentalmente à Igreja de Cristo pelo lado esquerdo ou pelo lado direito de Sua Divina Chaga Aberta pela presunção do homem, orgulhoso e desobediente.
E tudo isto considerando que Deus permitiu a sombra da Apostasia varrer a face da terra nos últimos cinco séculos da história, em que o protesto contra Deus e contra o que Ele instituiu, já não é mais exclusividade dos que se separam visivelmente da Igreja (cismáticos e hereges), mas, sobretudo, dos que se mantém no interior dela, com grave dose de ignorância da Verdadeira Caridade e da Caridosa Verdade, adoecidos na alma com as certezas de seus livres exames sem se perceberem intimamente revoltosos como semi-cismáticos e semi-hereges, ainda que ligados sacramentalmente à Igreja de Cristo pelo lado esquerdo ou pelo lado direito de Sua Divina Chaga Aberta pela presunção do homem, orgulhoso e desobediente.
Digo
assim porque, embora tudo pareça ruir e desmoronar diante dos nossos olhos, em
tempos TÃO DIFÍCEIS como jamais parece ter havido antes ou haverá depois (cf.
capítulo 13 de São Marcos), uma certeza permanece: “no final, o Meu Coração
Triunfará”, prometeu-nos a Virgem em Fátima, referindo-se a alegria de ver
finalmente a derradeira Vitória Gloriosa de Seu Filho sobre a história da
humanidade, recorrentemente repleta de incautos "seguidores" mais à esquerda ou mais à direita,
velados ou explícitos.
Para
os que creem verdadeiramente, este Triunfo não é um fato do por vir tão unicamente.
Como não é um fato que já veio, derradeiramente... é um fato que continua
vindo, todos os dias, até o último, continuadamente!
Razão
pela qual nada lhes rouba a Paz que vem de Deus!
Razão
pela qual obedecem – com disciplina e na disciplina - as Autoridades
Constituídas, mesmo que elas aqui e acolá teimem e desobedecer o que sempre foi
obedecido, ainda que à força do martírio sofrido, jamais provocado...
Razão
pela qual amam a Deus, não obstante o silêncio tremendo de Deus, em TEMPOS TÃO DIFÍCEIS...
Razão
pela qual seguem amando os homens, não obstante deles recebam tão odiosa rejeição a este “amor sem
limites e sem julgamentos”!
Razão
pela qual amam os Papas e os Hierarcas da Santa Igreja de Jesus Cristo, não
obstantes eles possam tropeçar na própria concupiscência moral ou doutrinária,
redundando no pecado movido por uma apostasia que só faz crescer na sequência
dos séculos, até o ponto em que, a Igreja, embora permanecendo indestrutível e
indefectível, seguirá Seu Senhor em Sua Paixão, Morte e Ressurreição!
Pe.
Frei Flávio Henrique, pmPN
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