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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

segunda-feira, 11 de março de 2013

DILEMA ENTRE SEGREDO E TRANSPARÊNCIA???


Caros leitores, devotos como eu, de São João Crisóstomo e de São Pio V (por causa, sobretudo, de suas Divinas Liturgias),

O Silêncio de Deus diante da empáfia dos homens, faz brotar das vísceras do orgulho social, como se fora um verme a carcomer o ego ferido (o amor próprio "ofendido"), um odioso grito contra tudo que é mais Sagrado!

Há alguns anos, meditando sobre o silêncio obsequioso da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, quis tributar a ela uma frase que significasse a altura, a largura e a profundidade do Seu Silêncio Obsequioso, o qual contribuiu  efetivamente na história para que Deus oferecesse ao mundo a gratuidade da Divina Salvação.

Eis a frase que minha pobre inteligência reflexiva concluiu sobre a nobreza eficiente e eficaz do Silêncio da Santíssima Virgem:

"De todos os gritos cósmicos, o mais potente, é o Silêncio da Virgem Maria!"

De fato, segredando, inclusive, sua vontade própria, consentiu, com toda força do seu arbítrio livre, de sua vontade soberana e de sua inteligência devedora da Sabedoria de Deus, o maior e mais magnânimo prodígio da História da Humanidade: a partir da natureza fraca dos homens deu Carne à Natureza Forte de Deus.

Claro, no curso da história, o Silêncio da Virgem Maria, como via secundária para a Palavra de Deus - que é por Seu Próprio Verbo a Via Principal - escandaliza a palavra orgulhosa e pretensa dos homens e mulheres cheios de si mesmos...

O Silêncio da Igreja não é diferente, porquanto, senão, grata atualização deste fecundo Mistério de Maternidade geradora da Graça Soteriológica!

Que seria das gentes insanas se não tivessem em favor de suas consciências o Poder da Igreja de trancafiar os pecados da humanidade, "cum clave" do Sacramento da Confissão, os mais perversos movimentos ocultos do ego humano. Ao contrário de Freud - que abriu a caixa de pandora cheia de escorpiões negros, enlouquecendo de vez o mundo - a Igreja, ciosa de proteger o homem das maquinações perversas de seu próprio ego, mantém os escorpiões diabólicos da concupiscência trancafiados no 'She-ol' da inconsciência (ou consciência profunda) do homem... lá, trancafiados sob o lacre do silêncio obsequioso, acontece a tsedaká (Justiça de Deus), a saber: a um só tempo o escorpião negro da concupiscência pica com a força da morte o ego e o amor próprio, impedido que está de sair para fora do homem para picar com a força do EGOísmo o seu semelhante...

O Silêncio de Bento XVI, o "Papa Sansão", vai dizer mais que o conjunto eloquente de suas palavras, que figuram entre as mais sábias palavras dirigidas aos homens, por um homem, depois da modernidade...

O silêncio obsequioso do “Papa Sansão” fará ruir sobre as consciências do século, que insiste em opor-se odiosamente à Igreja de Jesus Cristo, o peso das Colunas do sonho de Dom Bosco, as quais sustém a Barca de Pedro em “águas agitadas”, como bem definiu o próprio Papa emérito antes de recolher-se no claustro da vida humilde e dedicada à contemplação e oração.

O “Papa Sansão” que tombou emérito, cansado e exaurido física e espiritualmente pela truculência dos católicos, que se lhe opuseram pela falta de franco apoio, como se portassem “lança em riste” contra o Papa - conforme suas próprias palavras dirigidas em carta aos bispos do mundo inteiro em 2010 (cf.: Primeira carta aberta ao Papa...) – fará tombar atrás de si, não as colunas do sonho de Dom Bosco (a Eucaristia e a Virgem Maria), as quais, como dito anteriormente, sustentam a Nau de Pedro em "águas agitadas", mas, fará tombar contra esta geração incrédula o peso da negligência desta época a estes elementos fundamentais da Verdadeira Fé Cristã...

O peso deste incômodo que tombará sobre a consciência de uma geração, é devido a força Divina do Silêncio de Deus – e do silêncio feito por Amor a Deus – como podemos ver que incomoda o silêncio da Igreja sobre o que Ela, e só Ela, decide reservadamente com Deus, através do Espírito Santo, sobre Sua Ação na História, como, por exemplo: guardar em segredo - "cum clave" de sacramento - os pecados cometidos pelos homens (quaisquer que sejam eles, leigos ou hierarcas) ou guardar "cum clave" no âmago da intimidade com Deus, a escolha de Deus - e somente dEle - de quem deve Suceder a Pedro, agora ou no futuro...
  
A mídia, cuja fama de seus jornalistas depende da capacidade de conseguirem "furos de reportagem" embasados por fontes confiáveis, está ensandecida com o Método de Deus de esconder - "cum clave" - do orgulho humano as decisões de Sua Íntima Vontade...

A sociedade organizada, em todas as suas estruturas de organização, está "agredida" com o fato de que Deus reserve a Si, na intimidade de Sua Santa Igreja, "cum clave", os critérios de escolha do Sucessor de Pedro, a quem confiou Seu rebanho na terra, sem que possam por pressão midiática influenciar no processo...

Conclusão: quem espera da Igreja de nossos dias algo diferente do Calvário e da Cruz está tão cegamente enlouquecido pelo orgulho de decidir as coisas em nome de Deus quanto entupido da mesma vaidade do mundo de que vai transformar a história com a pseudo transparência dos jogos de poder patrocinados pelos sistemas de comunicação...

Não será por menos que Bento XVI, em uma de suas últimas falas públicas, junto ao clero de Roma, teria atribuído à pressa dos meios de comunicação, pelo deslocamento de seu real contexto, a responsabilidade pelos desvios e distorções daquilo que o Concílio Vaticano II pretendia comunicar ao mundo, pastoralmente, diga-se de passagem, e não dogmaticamente, como pretendem tantos...

Eis abaixo o artigo incutido de ódio contra o Mistério do Silêncio Obsequioso que rege a Igreja na História, que despertou-me do meu silêncio monástico para voltar a escrever algo e postar em meu blog, calado pelo cansaço de tentar dizer ao mundo o que o mundo não quer ouvir em favor de sua própria salvação escatológica...

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN
p.s: Há quem vá dizer que eu estou fazendo apologia à falta de transparência da Cúpula da Igreja ou defendendo o “direito” da Hierarquia Eclesiástica de pecar à vontade e se auto proteger... não se trata disto. Antes, estou defendendo o Direito Divino de reservar a Si, através da Sua Única Igreja, os pecados de todos aqueles que tão facilmente acusam a Igreja Católica e Apostólica, embora esperam dela uma transcendente luminosidade histórica que lhes aponte um Caminho para religarem-se de algum modo com Deus... vai entender os homens?!

Abaixo a reportagem intitulada "Dilema entre segredo e transparência é o desafio do futuro papa no Vaticano":

ROMA - Não bastassem os escândalos financeiros e sexuais que abalaram a imagem da Igreja Católica na última década, o sucessor de Bento XVI terá de enfrentar um desafio cada vez mais importante em Roma: o da comunicação.

A disputa entre cardeais por mais transparência ou pela preservação da cultura do segredo que norteia até aqui a instituição ficou clara nessa semana, quando o Colégio Cardinalício impôs a seus membros a lei do silêncio em meio às reuniões pré-conclave, estrangulando - pelo menos por ora - o esforço de relações públicas empreendido por um grupo crescente no Vaticano.

O prenúncio da disputa por maior abertura da Cúria Romana foi o caso VatiLeaks, que trouxe a público durante o pontificado de Bento XVI informações sigilosas sobre corrupção e tráfico de influência na cúpula do poder. O vazamento teria sido para muitos um acerto de contas entre facções italianas, mas também uma demonstração de que a relação entre o Vaticano e seus fiéis não pode mais ser baseada na opacidade.

Apesar de sua repercussão negativa, o VatiLeaks não foi suficiente para convencer a maior parte dos cardeais sobre o problema. Há dez dias, os cardeais brasileiros d. Raymundo Damasceno e d. Geraldo Majella Agnelo vieram a público para fazer pressão pela revelação, nas reuniões pré-conclave, de detalhes de uma investigação sobre o VatiLeaks. O argumento era simples: para melhor escolher o papa, é preciso saber o que de fato se passa na Cúria Romana.

Outra iniciativa por mais transparência vinha sendo feita até a semana passada pela Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), que convocava entrevistas coletivas nas quais seus cardeais falavam - de forma superficial e sem violar segredos de Estado - sobre os principais temas discutidos nas congregações-gerais.

Nas entrevistas, cardeais como o americano Daniel DiNardo, arcebispo de Gavelston-Houston, no Texas, manifestavam preocupações quanto aos escândalos de pedofilia, sexo e corrupção no Vaticano. "Nós queremos saber o máximo possível sobre a governança na Igreja", disse na terça-feira, explicando que essas discussões estavam retardando o início do conclave.

As declarações, entretanto, geraram ciúmes e insatisfação entre cardeais mais conservadores. Na quarta-feira o Colégio Cardinalício impôs a lei do silêncio, fato confirmado em nota oficial pela diretora de Relações com a Mídia da USCCB, irmã Mary Ann Walsh. "Por causa das preocupações sobre relatos publicados pela imprensa italiana, o que quebrava a confidencialidade, o Colégio de Cardeais decidiu não conceder entrevistas."

Para alguns dos mais importantes vaticanistas e estudiosos da Igreja consultados pelo Estado desde então, o atrito revela a dificuldade de parte dos cardeais de se adaptar a um público que exige mais clareza nas informações e menos segredos - mesmo se tratando do Vaticano.

"O segredo não é apenas para a opinião pública, mas também dentro do colégio dos cardeais. Muitos, em especial os italianos, gostariam que as reuniões pré-conclave se passassem como sempre foram: em total segredo", diz Lucetta Scaraffia, vaticanista e historiadora da Universidade La Sapienza, de Roma.

"Agora há diversos grupos na Igreja interessados em levar à opinião pública o que se passa na Cúria Romana, e por isso há tantos vazamentos de informações. É uma forma de fazer pressão por mais esclarecimentos."

Tensão. Para Marco Tosatti, célebre especialista do blog Vatican Insider, as dificuldades em lidar com a mídia são tantas que mesmo as ações tomadas contra os escândalos acabaram pouco conhecidas do público. "Joseph Ratzinger fez um trabalho enorme de limpeza da Igreja, escolhendo bispos muito capazes e afastando outros no mundo inteiro", lembra. "Mas fez um pontificado muito duro, pouco midiático, muito trabalhoso e obscuro."

O problema da opacidade é tão central que, paradoxalmente, preocupa até os grupos mais secretos da Igreja. Desde 1990, o Opus Dei - uma das organizações historicamente mais conhecidas por seu culto ao sigilo - mantém em uma universidade pontifícia de Roma, a Santa Cruz, uma escola de comunicação da Igreja, em que oferece aulas de media training e gestão de crises de comunicação. Um de seus professores é o espanhol Manuel Sanchez Fandila, que reconhece o déficit de informação, mas lembra que Bento XVI o enfrentava.

Não à toa o papa foi objeto de quatro livros-entrevistas, realizados em longos encontros com jornalistas independentes. "Bento XVI dizia: o problema não está nos meios de comunicação, mas nos nossos pecados", lembra Fandila. "Temos de gerenciar melhor nossa postura em uma época de grande tensão informativa."

Para alguns, a abertura, ainda que difícil e lenta, está em curso. A existência de um twitter papal teria sido um esforço - para muitos artificial e próximo do fiasco - de se aproximar do público jovem. Outra medida foi tomada há três meses, quando o jornalista Greg Burke, ex-correspondente em Roma da rede de TV americana Fox News e da revista Time, e ex-professor da Santa Cruz, tornou-se conselheiro de comunicação do Vaticano. Falta agora doutrinar o futuro papa, para que ele não repita Bento XVI, que anunciou sua histórica renúncia em latim, uma língua morta.

(fonte: http://estadao.br.msn.com)

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