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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

3ª e última mensagem de 2010

Mensagem para o Ano Vindouro dos que questionam – velada ou notoriamente – a Sé Romana...

A terceira e última mensagem de fim de ano é de cunho eclesiológico, isto é, diz respeito à Igreja em todo o seu conjunto. É dirigida a todos que são implicados por Ela (de modo positivo ou negativo) e a todos os que implicam com Ela. Sendo assim, não haverá exceção entre o público cristão, não obstante tenha medidas certas para alguns crânios com deformidade na fé.

Há poucas semanas, às portas do Advento, se encerrou em Roma, sede da Cátedra de Pedro, o Sínodo para as Igrejas Orientais Católicas. Na sequência deste grande evento, o Sucessor de Pedro, convocou o consistório com o Sacro Colégio Cardinalício.

Estes fatos de cúpula sempre causam grande repercussão e geram todo tipo de especulações dentro e fora da Igreja. E muitas dessas especulações - internas e externas à Igreja - são formuladas pelo espírito não raro incauto dos que as noticiam ou comentam.

Não são inimigos da Igreja apenas aqueles que, sem a ela pertencer – e, portanto, ignorando a verdade dos fatos - acusam-na acintosamente por falácias e calúnias.

São inimigos da Igreja todos aqueles que, estando em seu interior e a ela ligados institucionalmente, vêem-na apenas como um mero lugar para a concretização de seus ideais de estrelismo e/ou em busca de poder e glória, cargos e reconhecimentos.

Especialmente o Pontificado de Bento XVI tem estado na mira de tais inimizades. Razão pela qual, esta nossa última mensagem no fim da primeira década deste novo milênio fará considerações específicas sobre a Sucessão Petrina.

Numa época em que a história parece construir um funil para tragar a Igreja, é imprescindível construir esforços de unidade e desmascarar as sementes de divisão...

A Cátedra de Roma sempre foi, desde que lá se instalou Pedro Apóstolo, a Cátedra da moderação universal dos cristãos. Daí decorre a necessidade de refletir sobre as dificuldades que se abatem sobre este Primado Apostólico. As coisas de ordem prática na multiplicidade da Igreja em sua universalidade e o pessoalismo de muitos de seus membros, não contribuem para o fortalecimento deste que é o maior sinal de unidade.

No conjunto dos problemas internos à Igreja, o carreirismo é também uma tentação severa que arrebanha uma multidão de almas consagradas...

Feliz aquele que, consagrado na Igreja, não tem onde recostar a cabeça... Recebe o infortúnio como justo salário de seus próprios pecados e como penitência pelos pecados do mundo...

Antes de prosseguir fazendo o mea culpa do cristianismo atual, na esteira da tal “nova evangelização”, o que faremos em outra reflexão, nesta, enfatizaremos a indefectibilidade e primazia da Sé Romana.

Para tanto, é sumamente relevante considerar a razão eficaz e eficiente da Sucessão Petrina.

Podemos e devemos dizer que a Santa Sé Romana guarda a Primazia absoluta e inquestionável da Cátedra de Pedro por que foi lá, em Roma, que Pedro - escolhido Chefe dos Apóstolos por ninguém menos que o próprio Filho de Deus - derramou seu sangue, realizando com a máxima perfeição o seguimento de Cristo (no cristianismo não há maior perfeição de seguimento que a do martírio).

O que confere, portanto, à Sé de Roma o status soberano de legítima Cátedra da Sucessão Petrina é a coroa mais excelsa do seguimento exímio ao Único Senhor da Igreja: a Coroa do Martírio.

Quem ama mais que aquele que morre por amor?

E quem é que morre mais configurado ao Amor que aquele que, reconhecendo-se indigno, como Pedro que negou a Cristo e chorou amargamente, aceita o terrível ônus de ser, da parte do Rei, o Príncipe dos Apóstolos?

Pedro não se ofereceu. Ao contrário, duvidou de seu chamado. Negou seu Mestre antes do galo cantar três vezes. Com espada na mão prometeu defende-Lo e depois fugiu acovardado. Era pescador simples e ciente de sua condição: “Senhor, a quem iríamos? Só Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68).

Mas Pedro tinha a Fé de uma rocha (Cefas): “Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo!” (Mt 16, 17)...

E Cristo, a Pedra Angular que fora rejeitada pelos chefes do Povo de Deus, - negada por Pedro (a rocha na Fé), mas não rejeitada por ele - não rachou o rochedo de Sua Palavra Eterna em fragmentos de significados. O que disse há dois mil anos, vale ainda hoje:

“E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (MT 16, 18-19).

E Pedro, à frente dos Apóstolos, fundou as primeiras Igrejas mais importantes do Cristianismo.

De fato, Pedro fundou a Igreja de Jerusalém e a Igreja de Antioquia tanto quanto fundou a Igreja de Roma. Estas Cátedras são igualmente veneráveis. Todas elas fundadas por Pedro, sim, Rocha de Cristo, e, por Vontade do Rei, Príncipe dos Apóstolos.

Não se pode dizer - sem falsear a história - que as Sés de Jerusalém e de Antioquia não foram fundadas por Pedro, porque de fato elas foram. Também não se pode pretender que elas tenham a mesma Glória da Sé de Roma, porque elas não têm. E por quê?

Lá, na Sé de Roma, Pedro regou sua Cátedra com seu sangue apostólico. E não só Pedro, mas, também, o Grande Apóstolo dos Gentios: Paulo.

O segundo entre os maiores Arautos da Fé, Paulo, perdeu a cabeça, literalmente decepada, em Roma, por amor de Cristo e pelo bem da Igreja.

O primeiro entre todos os Arautos do Evangelho, Pedro, Chefe dos Apóstolos “escolhido a dedo” – a la letra - por Nosso Senhor Jesus Cristo, foi, seguindo Aquele que o designou para a mais importante função de Deus na terra, crucificado em Roma.

Consciente de sua indignidade até a hora da morte, face à tão tremenda responsabilidade - que acentua a nobreza, o caráter e a franca humildade de Pedro - o Primeiro entre os Apóstolos, fez, ainda, um último pedido em Roma: ser crucificado de cabeça para baixo, por saber-se indigno de imitar Nosso Senhor...

É esta dignidade Petrina que faculta à Catedra por ele fundada em Roma a primazia sobre as demais Cátedras de Cristo.

Onde está a humildade dos cristãos que não reconhecem isto? Viva a humildade de Pedro e de seus Sucessores!

Onde está a humildade dos Hierarcas, que defendendo com dignidade – como lhes é cabida - as Honradas Tradições Antigas que devidamente sucedem e representam, rejeitam esta autentica Tradição da Fé, desde os primeiros padres? Viva a humildade de Pedro e de seus Sucessores!

Onde está a humildade dos padres que pensam e referem-se, aqui e acolá, à Sé Romana como se esta fora uma mera sacristia de suas paróquias insignificantes? Viva a humildade de Pedro e de seus Sucessores!

Às vezes me coloco a pensar se as resistências - veladas ou notórias, discretas ou raivosas – dessa gente não será por causa de um incontido orgulho e de uma apodrecida ambição de querer o lugar daquele que legitimamente Sucede Pedro.

Talvez, estes adoecidos na vaidade, pensam-se mais dignos de ocupar tal função. Alguns até se comportam como papas de si mesmos nos púlpitos de suas cádetras de bairro, considerando-se “espertos” o bastante para jogar confete em outras Sés Apostólicas, quem sabe atrás de uma de uma Coroa, como se fossem dignos de portá-las...

Deixemos as intenções funestas dos presunçosos de lado. Voltemos à glória da Santa Sé Romana...

Glória esta quista por Deus e estabelecida pelos séculos através do Martírio do Primeiro entre os Apóstolos.

Esta Glória foi, é, e sempre será muito maior que a Glória de todo um império conquistado para Igreja pelos méritos de um Grande Imperador, fruto da fé fervorosa e das orações perseverantes de uma Santa Rainha, uma baluarte do cristianismo no oriente e no ocidente.

Esta Glória da Sé Romana é maior mesmo que a Glória das outras Digníssimas Cátedras também fundadas por Pedro, as quais não mereceram, por desígnio de Deus, seu Sangue Apostólico! (O que entendo da Glória de Bizâncio, entendo-o na qualidade de sacerdote Melquita, de Rito Bizantino)

Isto é um fato. E um fato oriundo de um feito histórico. Contra fatos não há argumentos. E contra fatos feitos históricos, corroborados por Deus, o casuísmo da arrogância humana não pode prevalecer, nem hoje, nem nunca, doa a quem doer!

Portanto, da parte dos que vivem a verdadeira Glória de Bizâncio, não há o menor constrangimento em colocar em relevo o teor desta verdade. Cum Petro et sub Petro haverão de regozijar-se com o valor da verdade dos fatos. Pois a Verdade é soberana e digna de louvor.

Todavia, para alguns poucos anões na lealdade, no caráter, na moral, na fé e, sobretudo, na obediência reta à Igreja e às Autoridades constituídas, os quais querem roubar para si mesmos a Glória de Roma ou de Bizâncio, a coerência perene desta exortação, fará ranger até os ossos (a referência aqui diz respeito ao pensamento de algumas anomalias pessoais e não se estende, em absoluto, à legitimidade institucional).

Voltemos à Roma...

Em Roma, os dois Grandes Apóstolos Arautos da Fé, atingiram o ápice magnânimo e insuperável do seguimento a Cristo.

Não há testemunho mais qualificado e crível que este na Fé Cristã. Não existe no Cristianismo Glória maior que esta. O Martírio é o Louro da Vitória, a Coroa da Glória de Deus entre os homens pecadores.

Pode-se pregar como um Arauto. Ensinar como um Mestre doutoral. Amar como um Santo. Curar como Taumaturgo. Profetizar como um Precursor. Tudo isto é louvável e contribui para a santificação pessoal e coletiva dos cristãos. Mas nada disso garante que alguém entre no Céu...

“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mt 7, 22-23)

Ao contrário, o Mártir, aquele que perde a própria vida (jamais o que tira a vida de alguém em nome da fé que for!) como testemunho qualificado da Fé, este sim, está garantido no Céu, mesmo que não seja capaz de pregar sequer como um ignorante; mesmo que não saiba o suficiente para a própria compreensão (quem dirá para ensinar alguém); mesmo que tenha dificuldades de demonstrar o amor que sente; mesmo que não cure nem a própria indignidade; mesmo que não profetize nem mesmo para as pedras. Se está provado que morreu pela Fé, não se é necessário provar outra virtude qualquer para que a Igreja garanta que entrou no Céu.

Se esta é a qualidade sumária de um Mártir, imagina a qualidade de um Mártir do galardão de Pedro: Moderador dos Apóstolos, dos Arautos, dos Mestres e Doutores, dos Profetas, dos Taumaturgos, dos Caridosos, enfim, dos Santos na Igreja Peregrina e “porteiro” do Céu???

A coisa mais triste que constatamos num cristão – pior ainda se consagrado a Deus na Igreja – é quando, sendo ele um verdadeiro anão, se enxerga um gigante... é de dar nó na compaixão...

Dito isto, que sempre tem endereço certo e cabe como uma carapuça na cabeça oca de muito ‘cristão’ de conveniência e de muito consagrado de causa própria, nada melhor que terminar o ano cortando, na própria carne, as necroses espirituais de uma década...

Antes, porém, de concluir este último balanço, nesta 3ª e última mensagem para o Ano Vindouro, não em defesa de mim mesmo, mas por coerência com a verdade inerente aos fatos, registro com vigor a ciência que possuo de que, sobretudo, aqueles que se encaixam no perfil desta provocação reflexiva, possam julgar-me pedante pela austeridade do raciocínio, pela pujança das palavras e, principalmente, pela ousadia do que pode ser tomado como exortação, afinal, quem sou eu para colocar o dedo nesta ferida multisecular?

A eles, recomendo a leitura de outros artigos do blog como: Eu não quero ser santo; O orgulho do saber; O homem indigno; Salva-me de mim mesmo, entre outros...

Toda severidade lá encontrada, como a aqui ressaltada, aplico-a em primeiro lugar contra mim mesmo. De modo que não me refuto ao desafio de fazer-me publicamente juiz de mim mesmo ao lado dos que quererão me acusar, naquilo que eu não for consoante com o que disse... Resta saber se eles correão o risco, de igual modo, de depor da pelo de cordeiro naquilo que escondem de lupino no pensar e no agir...

Que melhor e mais digna contribuição - um sacerdote insignificante e desprezível como eu - poderia dar aos leitores deste blog, como perspectiva para um novo ano, senão a de trazer à baila, às vésperas do réveillon, a pedra fundamental da verdade sobre Cristo e Sua Santa Igreja?

Feliz 2011, com muito Fogo (vindo do Alto e não projetado para o alto) na consciência!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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