Caros leitores do Blog,
Na postagem anterior (abaixo), deixei-lhes uma pequena reflexão como mensagem para o Natal que se aproxima, escrita e publicada em 22 de dezembro.
Hoje é dia 24 de dezembro de 2010 e o Natal já se aproximou...
E aproximou com a força inequívoca da verdade... De tal modo a proximidade do Natal surgiu-me - ao raiar destas vésperas natalinas – com a pujança do que ele significa na sua mais fecunda e autêntica essência, que tomo a liberdade de postar abaixo uma mensagem sobre a nobreza do Natal, inatingível na prática mesmo por aqueles que se dizem cristãos, enviada a mim hoje pela manhã por um grande amigo, Pe. Elílio de Faria Matos Júnior.
Apesar das ‘churumelas’ dos que se beneficiam da “sombra de Jesus” - que é muito boa, sim, mas, como dizia a querida Serva de Deus Lola (Floripes Dornellas), “ai de quem se vale dela para tirar proveito para si...” – fazemos valer este belo eco do verdadeiro cristianismo, bem concatenado nas sábias palavras do Reverendíssimo Pe. Elílio. Obrigado bom amigo, por compartilhar conosco a consciência da Verdade sobre o Menino Deus!
A todos, meu FELIZ NATAL!
Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN
Quem é o Menino?
(p/ Pe. Elílio de Faria Matos Júnior)
Quem é o Menino que celebramos no Natal? O que foi dele? Qual a sua ventura? Humanamente falando, a trajetória do Menino foi a de um fracassado. E em todos os sentidos. Nasceu pobre e marginalizado... Morreu como nasceu, desprezado e quase só. É que a silhuetas da cruz já se mostravam na manjedoura. A sua vida não foi fácil. Incompreensões, maledicências, insucessos, perseguições e fadigas não faltaram.
Ele é o “Pobre de Nazaré”, como diria o Frei Larrañaga. Na verdade, ele é o Rico que se fez Pobre. E na extrema pobreza manifestou a forma mais rica de amar. Em belas palavras, o Papa Bento XVI expressou-o muito bem: “Cristo ocupou o último lugar no mundo – a cruz – e, precisamente com essa humildade radical, redimiu-nos e ajuda-nos sem cessar” (Encíclica Deus caritas est, n. 35).
Tenho compreendido cada vez mais que é o amor que faz a Igreja. Não as honrarias, não os cargos, não as grandes realizações, não a carreira eclesiástica. É o amor. O amor que se faz pobre e é capaz de suportar as dores próprias e alheias com confiança e renúncia. O amor que enfrenta derrotas sem perder a força de continuar a caminhada, mesmo que às cegas. O amor que, através de pequenos gestos, difunde o acolhimento, intui a necessidade alheia e se faz próximo.
O amor, tenho aprendido, não é determinado pelo contentamento humano nem pela complacência nas realizações humanas, por mais nobres que sejam. Pode-se amar – e talvez só assim o amor aconteça perfeitamente – na extrema penúria, no sentimento de fracasso e na ânsia da solidão. Isso porque o amor é algo de outra ordem. De uma ordem que supera o entendimento das coisas sublunares.
Ama-se doando-se. E não se pode amar sem se doar. E doar-se é doído. Desse modo, compreendi que não é preciso estar “feliz” ou contente com as próprias realizações para amar. Muito ao contrário. A doação acontece no sofrimento, e sobretudo no sofrimento. Na fadiga, na doença, no desprezo, na exclusão, na provação... É sobretudo aí que o amor aparece. Ele não combina muito bem com o sentimento de altivez, de brio próprio e de complacência consigo mesmo.
O amor, de fato, é de outra ordem. São Paulo parece ter tentado expressá-lo, mas apenas elencou as suas manifestações sublimes, garantindo, contudo, que o amor é maior (cf. ICor 13, 1-13). É o amor que se manifestou corporalmente na manjedoura e que se doou até a morte de cruz que constrói a Igreja, não outra coisa. E ele é vitorioso, sempre!
Feliz Natal a todos!
Pe. Elílio de Faria Matos Júnior
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