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Bem vindos ao blog do Frei Flávio Henrique, pmPN

Caríssimos(as),
é, sim, nosso objetivo, "provocar" a reflexão para poder confrontar o modelo mental instalado e o paradigma de conhecimento que se arrasta há mais de cinco séculos, na esteira do renascentismo, do humanismo, da reforma protestante, do iluminismo e de todo processo de construção do conhecimento que atenta contra a Razão sadia - que inexiste sem o discurso metafísico - e contra a Verdadeira Fé, distorcida pelos pressupostos equivocados das chamadas nova exegese e nova teologia. (Ler toda introdução...)


* "PROVOCAÇÕES" MAIS ACESSADAS (clique no título):

*1º Lugar: Arquidiocese de Juiz de Fora reconhece avanço da Obra do Pater Noster...

*2º Lugar: Lealdade, caráter e honestidade... no fosso de uma piada!

*3º Lugar: Fariseu ou publicano, quem sou?

*4º Lugar: Retrospectivas e balanços de fim de ano...

*5º Lugar: “A sociedade em que vivemos”: um big brother da realidade...

* "PROVOCAÇÕES" SUGERIDAS:

*Em queda livre na escuridão...

*Somos todos hipócritas... em níveis diferentes, mas, hipócritas!

*Vocação, resposta, seguimento...

*O lugar da auto piedade...

*A natureza íntima da corrupção...

terça-feira, 26 de abril de 2011

CRUCIFICANDO O CULTO AO CRUCIFICADO!

"Cristo ressuscitou! Aleluia!”

Não há dúvidas que este é o ponto mais alto da Fé cristã... a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho Único de Deus Pai!

Qual seria - para o crente - a razão de Adoração à Cristo, se Ele, como Homem, não tivesse ressurgido dos mortos?

Que outra fé – por verdadeira que seja, no sentido de professar um Único Deus Vivo – poderia trazer ao gênero humano tão eloqüente anúncio?: a Boa Notícia de que, um Homem, finalmente, venceu a morte (e a venceu matando-a com a própria morte)?

De todas as falência e fracassos registrados pela experiência histórica do ente humano – dotado de instinto, sentidos psíquicos e razão intelectual – não há nenhum que supere a dramática experiência da morte.

De longe é a morte a razão máxima do fracasso humano. A morte é a falência por excelência. É o cume mais alto do sofrimento humano. A morte é, pois, o fim absoluto em via dupla: do ente para a história e da história para o ente!

Se, portanto, entre os dramático fracassos possíveis ao ser humano, nenhum há que possua a força do aniquilamento trazida pela morte, então seguramente, nenhuma vitória, êxito, realização plena enfim, pode ser maior que a volta da morte, que a Fé cristã chama de RESSURREIÇÃO!

Portanto, segue valendo o que dissemos no princípio desta “provocação”: que a Ressurreição de Cristo – primogênito entre os que morrem (morreram e morrerão) é, de fato, o ponto mais alto da Verdadeira Fé Cristá! Disto ná há dúvidas!

Cabe perguntar, não obstante: se para ressuscitar bastaria tão somente morrer uma morte tranqüila e natural (pois a ressurreição só há onde há um corpo atingido pela morte), por que razão o Autor da vida escreve nas páginas irretratáveis da história o evento da ressurreição a partir de uma morte tão estúpida e cruel???

Não poderia Ele, como diz o povo, “morrer como um passarinho”, sem padecer maior angústia? Sem sofrer horrores? Sem causar-nos o terror com o impiedoso flagelo? Sem provocar-nos aversão tão escabrosa quanto a carnificina de um Homem pregado na Cruz como se fora uma carcaça abatida pendurada para o consumo da gula humana?

Qual a razão, eu volto a perguntar, para Aquele que, também Ele, só poderia ressuscitar depois de morrer (pois não há ressurreição sem morte), escolhesse tão pavorosa morte?

Não poderia Deus, uma vez vindo na carne, morrer e ressuscitar sem “nos agredir”, morrendo com a candeza de um sono tranqüilo, passando da vida perecível do presente para a vida futura incorruptível sem o escândalo a Cruz?!

Bem quereria que fosse deste modo a péssima fé que protestando contra tudo, protesta também, sem se dar conta disto, contra o Próprio Deus...

Sim, foi Deus quem quis que fosse assim... não obstante o apelo mais que comovente do Filho Unigênito que veio na carne: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice... mas seja feita a Vossa Vontade!”

Não, o Pai não é cruel, não é mazoquista: não quis ver sofrer Seu Filho Amado, mas, para despertar todos nós do sono da morte fatídica, abriu mão do Seu “Isaac”...

As primeiras religiões da terra, para agradar deuses (creio que tais deuses só podiam ser Anjos decaídos), faziam sacrifícios humanos para obterem benefícios temporais... quanta estupidez! Quanto egoísmo! Quanto amor próprio!

Não há o que me convença de que tais sacrifícios humanos não sejam cultos bestiais.

O aborto, que em última análise é o sacrifício de uma vida inocente no útero da própria mãe, não é coisa diferente... é também um sacrifício bestial...

Deus, para impedir que o homem prosseguisse com a insanidade de sacrifícios humanos (dedicados à divindades ou dedicados aos interesse próprio, como no caso do aborto), simulou um pedido de sacrifício humano para seu amigo Abraão.

De fato, Deus, o Criador do Universo, o Único Senhor da história, concedeu ao Amigo Abraão um filho em condições singulares. Fê-lo esperar uma promessa divina, que só se concretizou ao fim da vida.

Há que se dizer o significativo pormenor: que isto se deu numa prova incontéstil de Ação Sobrenatural, pois que era impossível à natureza – já estéril da genitora Sarah – produzir a vida.

Tudo isto fez Deus para aquilatar (dar medida de ouro) o amor de Abraão por seu Filho Isaac. E, claro, para qualificar a gratidão inominável para com a amizade Divina pelo favor sobrenatural.

Mas, a excelência teológica da prefiguração sacrifical de Isaac está no caráter didático primoroso do sacrifício:

1. Deus substitui o sacrifício humano de Isaac pelo sacrifício de um cordeiro, a fim de por termo à bestialidade do sacrifício humano (Promessa da Primeira Aliança);

2. e, depois, substituiu o sacrifício anual dos cordeiros e bois pelos sacrifício Único e Perpétuo do próprio Unigênito. Eis o que é a Santa Missa! Sacrifício Perfeito e Santo (Promessa da Segunda e Eterna Aliança)!

Com isto, de uma vez por todas, erradica da história humana a ânsia pretenciosa do homem de tentar agradar o divino sacrificando seus semelhantes ou as criaturas úteis à natureza.

E, com isto, crava na história que o amor humano pelo divino é e será sempre menor que o Amor Divino pelo humano.

De fato, “foi Deus quem nos amou por primeiro!”... Não pode o homem sacrificar a Deus o que não lhe pertence. Tudo na Criação é Obra de Deus e só Ele possui direitos efetivos sobre os seres criados. Só o Criador pode dispor das criaturas conforme as leis que estabeleceu para segregá-las no curso natural do existir.

Quem é o homem para pretender "comprar" Deus com o sangue que não lhe pertence?

Deus, ao contrário, estabeleceu uma regra universal para as criaturas de carne. Colocou a vida no sangue e, os geneticistas modernos, não nos deixam mentir. Afirmam sem hesitar, ainda que com empáfia científica de pretensos descobridores: “a vida está no DNA”, onde todas as informações do indivíduo que ainda virá-a-ser pessoa com consciência através de um longo processo de desenvolvimento, já pré-existem desde a primeira divisão celular do zigoto!

Que coisa admirável! A vida está no sangue.

Os hebreus, há mais de três milênios, sem microscópio ou tecnologia laboratorial, entenderam isto, razão pela qual, não comem, desde então – e ainda hoje – carne com sangue.

Quem é o homem para oferecer a Deus um sacrifício de sangue que determina a identidade de outro ser???

Se pensa que pode, é um estulto! Padece de uma estupidez que faz do “caviá” do conhecimento um arroto mal educado e podre das vaidades intelectuais (perdoem-me a desagradável comparação)!

Só Deus, Autor da vida, que pôs a vida no sangue dos seres que são de carne, pode, tomar para Si mesmo uma porção desta matéria extraída do corpo imaculado de uma jovem Virgem, a composição de um DNA Humano para elevar sua criação à Perfeição!

E fazendo-Se Verdadeiro Homem, pôde fazer-se Sumo e Eterno Sacerdote. E fazendo-Se Sumo e Eterno Sacerdote, pôde fazer de Si Próprio um Sacrifício Perfeito!

Meu Deus, que loucura é esta que “crê” numa ressurreição que ignora, despreza, odeia, abomina, o providencial acidente (no sentido aristotélico da morfé=forma) da irmã morte?

Que orgulho espiritual é este que varreu o ocidente nos últimos séculos, inculcando no modelo mental dos que se dizem cristãos, a idéia absurda de um louvor a Deus pelo corpo glorioso Ressuscitado de Cristo, na medida exata que se odeia o culto justo e necessário ao mesmo corpo chagado na Cruz?!

Que espécie de cristianismo é este que quer crucificar o culto ao crucificado, sem o qual não há ressuscitado?

Não é por menos que a mesma estrutura legalista do Antigo Testamento repudiada por Cristo (sua causa mortis), foi retomada por estes “cristãos” que se dizem reformadores...

Cinco séculos se passaram desde o começo da ignomínia religiosa e, agora, essa doutrina de glória vã, já avança como nunca contra o Mistério da Fé, a partir da própria fé católica... em muitos rincões deste mundo de Deus.

"Eloí, Eloí, la ma sabactani!!!"

Eis que o culto Santo ao Cristo Crucificado, é odiado de canto a canto pelos que lhe querem roubar no tempo presente a Glória de Deus para si próprios! Nem mesmo Cristo, que é o Verbo feito Carne, teve tamanha pretenção: dedicou tudo, inclusive o sacrifício de Si mesmo, para Glória de Deus Pai! Isto é a Doxologia do Sacrifício Incruento de Cristo na Santa Missa!

Que loucura. Que insanidade esta presunção teológico-liturgica que varreu o planeta terra a partir da reforma protestante!

Quanto a mim, agonizando em meio a tanta estupidez realizada em nome de Deus, lanço um olhar num último esforço para erguer a cabeça humilhada pela incompreensão alheia e repito uníssono com Nosso Senhor, que ressuscitou, sim - aleluia! - porque morreu na Cruz, clamando um Sacrifício de Louvor!:

- Pai, em tuas mãos entrego o espírito de minha inteligência, crucificada pelo conhecimento dos homens, glorificada pelo conhecimento de Deus!

Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN

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